O parlamento da África do Sul votou ontem (7) para rebaixar o status da embaixada do país em Israel devido à ocupação israelense em curso e às persistentes violações da lei internacional e de direitos humanos na Palestina histórica.
A resolução para rebaixar a embaixada a escritório de comunicação foi proposta pelo Partido Nacional da Liberdade (PNF), junto do Congresso Nacional Africano (CNA), que possui 57,5% dos assentos no legislativo. Segundo o jornal Israel Hayom, 208 parlamentares aprovaram a decisão contra 94 votos contrários.
“Estamos extasiados que a resolução para rebaixar o status da embaixada em Israel tenha sido aprovada”, declarou o partido proponente. “Embora muitos argumentem que isso prejudicará nossa capacidade de atuar como mediadores neutros no conflito, nosso partido acredita que a neutralidade não é uma opção diante da opressão e da violação de direitos humanos”.
O Partido Nacional da Liberdade citou a famosa frase de Nelson Mandela: “Nossa liberdade é incompleta sem a liberdade dos palestinos.”
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A decisão do congresso, acrescentou a nota, é um momento que daria orgulho ao falecido líder na luta contra o apartheid.
“O Estado de Israel foi construído através do deslocamento e assassinato dos palestinos. E para manter seu poder, [Israel] instituiu um regime de apartheid”, reafirmou o partido. “Como sul-africanos, não podemos ficar parados enquanto o apartheid é novamente perpetrado”.
Nos últimos 27 anos, os laços entre palestinos e África do Sul se mantiveram fortes. O governo em Pretória costuma dar apoio à causa palestina e condenar os crimes israelenses em fóruns globais.
Em 2022, a África do Sul instou publicamente a comunidade internacional a responsabilizar Israel pelas condições desumanas a que os palestinos são submetidos. Em 2021, rechaçou o status de membro-observador concedido a Tel Aviv pela União Africana.
A medida foi então revertida no ano passado.