O alto comissário da ONU para Refugiados, Filippo Grandi, pediu que mais apoio seja dado às áreas na Síria e na Turquia devastadas pelos terremotos de 6 de fevereiro.
“O nível de destruição e devastação é chocante e em muitos lugares apocalíptico”, disse ele após uma visita de cinco dias à região afetada.
“Milhões sofreram perdas, ferimentos e traumas, e muitos outros foram deslocados por este trágico e terrível evento.”
“As necessidades no terreno em ambos os países são enormes e a resposta deve ter mais recursos. Embora seja fundamental pensar e apoiar esforços de longo prazo, muito mais ajuda humanitária e recursos de recuperação rápida são necessários para que as pessoas possam começar a reconstruir suas vidas e meios de subsistência”.
ASSISTA: Palestina envia 20 mil sacos de dormir a vítimas do terremoto na Turquia
I’ve spent 5 days visiting earthquake survivors in Syria and Türkiye: many are refugees or displaced. I’ve seen their plight in Lattakia and Hama; in NW Syria which I reached in a cross border convoy; and in Southeast Türkiye. All need urgent humanitarian aid and help to recover. pic.twitter.com/75GXoTiU3S
— Filippo Grandi (@FilippoGrandi) March 12, 2023
Filippo Grandi relata no post: “Passei 5 dias visitando sobreviventes do terremoto na Síria e na Turquia: muitos são refugiados ou deslocados. Eu vi a situação deles em Lattakia e Hama; no noroeste da Síria, onde cheguei em um comboio transfronteiriço; e no sudeste da Turquia. Todos precisam de socorro humanitário urgente e ajuda para se recuperar”.[Twitter]
Cerca de 54.000 pessoas morreram nos terremotos de 6 de fevereiro e milhares estão desaparecidas. Pelo menos 2,7 milhões de pessoas foram deslocadas em toda a região.
Cidades feitas de tendas e casas de contêineres surgiram para abrigar pessoas, mas muitas permanecem desabrigadas ou em acomodações temporárias.
O chamado de Grandi segue um alerta da Cruz Vermelha de que uma ação urgente é necessária para evitar o colapso dos sistemas de água no noroeste da Síria após o terremoto.
Danos diretos à infraestrutura, o colapso do abastecimento de esgoto de Aleppo e a destruição de tanques de água nos telhados aumentaram as chances de que água contaminada possa poluir o abastecimento, o que aumenta o risco de doenças infecciosas.
Milhares de casos de cólera estão sendo registrados no noroeste da Síria.
No final de fevereiro, a ong Médicos Sem Fronteiras (MSF) fez um apelo urgente por assistência para as pessoas no noroeste da Síria e por um aumento imediato de abrigos, água, equipamentos sanitários e suprimentos médicos.
Muitos dos sobreviventes do terremoto no noroeste da Síria já foram deslocados por 12 anos de guerra e muitos já viviam em tendas.
LEIA: Terremotos causaram US$ 84 bilhões em danos à economia da Turquia, estima relatório