O Tribunal Criminal de Paris condenou os jornalistas franceses Eric Laurent e Catherine Graciet a um ano em liberdade condicional e multa de €10 mil por suposto envolvimento em chantagem ao rei do Marrocos Mohammed VI.
O caso ganhou manchetes internacionais no verão de 2015, após ser revelado que Laurent e Graciet haviam sido presos e acusados de extorquir €3 milhões do monarca para não publicar um livro intitulado “O Rei Predador” – em tradução livre.
Na época, o advogado do rei, Eric Dupond-Moretti, afirmou que os jornalistas haviam entrado em contato com oficiais palacianos para informá-los sobre o livro. Uma primeira reunião foi marcada em Paris com um advogado marroquino.
Segundo Dupond-Moretti, Laurent enunciou na ocasião: “Por €3 milhões, não publicarei o livro que escrevi com Catherine Graciet”. Ambos estavam presentes, segundo Dupond-Moretti. “Eles assinaram um contrato e receberam €80 mil em dinheiro”.
O casal foi detido ao sair do restaurante “com os lucros de seu crime”, alegou o advogado.
Em 2017, o Tribunal de Cassação da França deferiu como válidas as gravações incriminando os jornalistas. Os réus enfrentavam possível sentença de cinco anos de prisão e multa de €75 mil.
Laurent é ex-correspondente da Radio France e do jornal Le Figaro, autor de vários livros.
Na segunda-feira (13), Laurent reconheceu perante a corte parisiense uma “conduta moral equivocada” por “concordar em se envolver no caso”. No entanto, rejeitou a alegação de que havia cometido “qualquer crime”.
Segundo Graciet, o representante do Reino de Marrocos a “seduziu” com a oferta financeira.
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