Mais da metade da população da Síria está passando fome, reportou o Programa Mundial de Alimentos (PMA), enquanto a guerra civil ainda em curso chega a seu 12° ano. Em fevereiro, o país foi atingido também por terremotos devastadores, com epicentro na Turquia.
Segundo relatório publicado ontem (15), cerca de 12,1 milhões de sírios sofrem de insegurança alimentar, enquanto quase três milhões vivem à margem da fome.
Esse número é quase o dobro da quantidade de pessoas com insegurança alimentar na Síria em 2018, mostrando um acentuado declínio na situação de grande parte da população.
A agência observou aumento da desnutrição no país, citando dados recentes, que mostram que 28% das crianças estão com crescimento e desenvolvimento comprometidos.
Kenn Crossley, diretor da agência na Síria, reiterou que os sírios enfrentam “bombardeios, deslocamentos, isolamento, seca, colapso econômico e, agora, terremotos de proporções impressionantes”.
“Os sírios são notavelmente resilientes; no entanto, não podem suportar muito mais”, alertou Crossley. “Em que ponto o mundo diz ‘basta'”?
Na Síria atual, o salário médio mensal cobre somente um quarto das necessidades alimentares de uma família. A grande maioria da população lida há anos com o aumento dos preços dos alimentos e a escassez de combustível e trigo, agravados por medidas do regime.
Atualmente, o PMA concede apoio a cerca de 5,5 milhões de pessoas na Síria, via distribuição de alimentos, programas de nutrição, refeições escolares e assistência financeira. A agência pediu US$450 milhões em doações para manter as operações no país ao longo do ano.