A prestigiada Universidade Al-Azhar do Egito anunciou no sábado que renega a Abrahamic Family House (Casa da Família Abraâmica), um complexo inter-religioso que abriga uma mesquita, uma igreja e uma sinagoga, inaugurado nos Emirados Árabes Unidos no mês passado.
A instituição explicou que não reconhece esta tentativa de incorporar três religiões sob um novo nome e apelou aos que pretendem utilizar esta empreitada para servir os seus interesses que procurem outra forma de fazê-lo.
Em nota, a instituição afirmou que reconhece as diferenças entre nações e povos no que diz respeito às suas religiões, e destacou que respeita tais diferenças, e que elas não devem impedir o contato humano com seguidores de diferentes crenças.
O sheikh de Al-Azhar, Ahmad Al-Tayyip, que havia comparecido à cerimônia de lançamento da ideia em 2019, incentivando a mudança, não compareceu à cerimônia de inauguração de fevereiro temendo críticas de outros estudiosos. A mesquita no centro leva seu nome.
Após a polêmica causada por sua declaração, Al-Azhar voltou atrás e insistiu que apoia “todas as iniciativas” de fraternidade humana.
“Construir locais de culto separados uns dos outros para não-muçulmanos e manter a independência de cada religião não é considerado uma corporação de religiões”, observou. “Isso é aceito pelo Islã.” Al-Azhar citou a Abrahamic Family House como um exemplo disso.
No entanto, as declarações contraditórias levaram vários estudiosos de Al-Azhar a criticar o sheikh, principalmente por suas posições sobre várias questões que afetam os muçulmanos em todo o mundo.
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