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‘Situação na Tunísia é muito, muito perigosa’, afirma União Europeia

osep Borrell chefe de diplomacia do bloco descreveu o potencial colapso econômico da Tunísia como "muito, muito perigoso"

Josep Borrell, chefe da política externa da União Europeia, afirmou nesta segunda-feira (20) que a União Europeia se mantém preocupada com a deterioração da situação política e econômica na Tunísia e teme que o país possa entrar em colapso.

“A situação na Tunísia é muito, muito perigosa”, alertou Borrell, após uma reunião dos ministros das Relações Exteriores da União Europeia em Bruxelas.

“Caso haja colapso econômico ou social, estaremos em uma situação em que novos fluxos de migrantes virão à Europa”, acrescentou. “Temos de evitar essa situação”.

Segundo Borrell, os chanceleres europeus pediram que Bélgica e Portugal enviassem emissários à Tunísia para “avaliar a situação e trazer um relatório que orientará os próximos passos”.

“A União Europeia não pode ajudar um país incapaz de assinar um acordo [de empréstimo] com o Fundo Monetário Internacional [FMI]”, insistiu Borrell. “O presidente Kais Saied deve firmar e implementar o acordo, caso contrário a situação será gravíssima para a Tunísia”.

Saied impôs medidas excepcionais em 25 de julho de 2021, incluindo a dissolução do Supremo Conselho de Justiça e do Parlamento. Saied passou a governar por decreto e aprovou uma nova Constituição via controverso referendo.

Críticos consideram os avanços do presidente como “consolidação do domínio individual e absoluto” e “golpe contra a revolução”, em referência à revolta popular que depôs a ditadura de Zine el Abidine Ben Ali, em 2011.

Apoiadores corroboram a tese de Saied de “correção do curso” do processo revolucionário, a despeito da crise nacional. Saied – que assumiu a presidência para um mandato de cinco anos em 2019 – justificou suas medidas ao prometer salvar o estado do “colapso total”.

A agitação na Tunísia levou o FMI a interromper conversas sobre um possível empréstimo para impulsionar a recuperação econômica do país, após os abalos deixados pelo coronavírus e pela contundente crise política.

LEIA: Itália apela ao FMI por empréstimo à Tunísia sob nova crise de refugiados

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