A China condenou nesta quarta-feira (22) a postura do ministro das Finanças de Israel, Bezalel Smotrich, de negar a existência do povo palestino, ao descrever suas declarações proferidas em Paris como “irresponsáveis”. As informações são da agência de notícias Anadolu.
“O oficial israelense está errado e age de maneira irresponsável ao negar a existência do povo palestino e adotar um ‘mapa de Israel’ que compreende a Jordânia e a Palestina ocupada”, disse Wang Wenbin, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China.
Em discurso no domingo (19), realizado durante evento na capital francesa, Smotrich – político de extrema-direita – descreveu os palestinos como uma “invenção” do último século, de modo que apenas os “israelitas” seriam os “verdadeiros palestinos”.
“Não existe essa coisa de palestinos porque não existe essa coisa de povo palestino”, declarou Smotrich. Seus comentários racistas provocaram repúdio na Palestina, Jordânia, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Estados Unidos, França e agora China.
“Sua atitude pode escalar tensões”, alertou Wang, segundo o jornal Global Times.
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A Palestina advertiu que exigirá que o Tribunal Penal Internacional (TPI) prenda Smotrich por negar a existência do povo palestino. A atitude equivale a incitação ao genocídio.
O Ministério das Relações Exteriores da Autoridade Palestina (AP) classificou os comentários do ministro israelense como “irresponsáveis” e “inflamatórios”.
“Vamos solicitar a Haia que emita imediatamente um mandado de prisão contra este indivíduo racista e terrorista, que violou todas as leis com suas declarações”, reafirmou a chancelaria em Ramallah nesta terça-feira (21).
Ainda na terça-feira, Washington criticou veementemente o negacionismo de Smotrich sobre a mera existência do povo palestino, ao alegar que as declarações, além de serem “imprecisas”, são “perigosas”.
“Os palestinos têm história e cultura bastante ricas. Os Estados Unidos valorizam nossa parceria com o povo palestino”, comentou Vedant Patel, porta-voz do Departamento de Estado.
Smotrich fez seus comentários incendiários a partir de um pódio adornado com um mapa da “Grande Israel” – representação colonial que prevê a anexação militar dos territórios palestinos ocupados e da Jordânia. Patel, por sua vez, descreveu o mapa como “provocatório”.
Amã condenou Smotrich pela iconografia adotada em seu discurso, ao alertar contra a violação dos acordos de paz assinados há quase três décadas entre Israel e Jordânia.
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