Mais de 200 mil pessoas assinaram uma petição reivindicando o fim da demolição de casas palestinas como um primeiro passo para o desmantelamento do apartheid israelense, reportou a Anistia Internacional nesta quarta-feira (22).
A mobilização organizada pelo grupo de direitos humanos, sob o título “Derrubar o apartheid, não as casas palestinas”, tem como destinatário o premiê israelense Benjamin Netanyahu.
O apelo recebeu assinaturas de ao menos 174 países.
A petição foi encaminhada às autoridades da ocupação no Dia Internacional para a Eliminação da Discriminação Racial, data que recorda o assassinato de 69 manifestantes pacíficos contrários ao apartheid pelas mãos da polícia sul-africana, em 21 de março de 1960.
“As políticas de planejamento discriminatórias de Israel e a destruição sistemática das casas palestinas expõem o racismo no coração de seu cruel sistema de apartheid”, comentou Heba Morayef, diretora da Anistia Internacional para Oriente Médio e Norte da África.
“Há décadas, as autoridades israelenses buscam objetivos demográficos explicitamente racistas forçando palestinos a deixarem suas casas e terras. Desde o início de 2023, mais de 400 pessoas sofreram deslocamento forçado devido às demolições; outras centenas de milhares estão em risco”, prosseguiu Morayef.
O apartheid é um crime contra a humanidade e uma grave violação dos direitos humanos. O persistente fracasso em responsabilizar as autoridades israelenses é uma mancha na consciência da comunidade internacional.
“Hoje, a reivindicação da Anistia Internacional pelo fim dessa injustiça tem apoio de 203.410 pessoas de países de todo o mundo”, acrescentou. “Tamanha solidariedade é um lembrete de que cresce o coro de vozes internacionais contra o apartheid de Israel.”
Morayef enfatizou que a Anistia Internacional “não ficará em silêncio até que o apartheid seja desmantelado e as autoridades israelenses sejam responsabilizadas”.
A Anistia reiterou seu apelo a todos os estados para que pressionem Israel a acabar com as demolições de casas, transferências forçadas e expansão dos assentamentos ilegais; suspender o bloqueio militar imposto à Faixa de Gaza; e encerrar o ciclo de impunidade consagrada aos ataques brutais contra palestinos cometidos por soldados e colonos ilegais.
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