Autoridades israelenses impuseram restrições de acesso à Mesquita de Al-Aqsa aos palestinos da Cisjordânia ocupada, que desejavam participar da primeira oração de sexta-feira do Ramadã, mês sagrado para o islamismo, segundo informações da agência Anadolu.
Testemunhas confirmaram a mobilização de tropas israelenses nos checkpoints que levam a Jerusalém Oriental, onde está localizada Al-Aqsa. Os soldados checam documentos e conduzem revistas arbitrárias. Muitos fiéis tiveram a passagem impedida.
O palestino Abdelaziz Al-As’ad (60) reportou à Anadolu que tentou atravessar algumas vezes o checkpoint de Qalandia, no norte de Jerusalém, mas soldados sionistas o impediram de passar sob pretexto de segurança.
“Israel alega que concede serviços [aos palestinos]. Na verdade, isso é uma mentira; o que está acontecendo é restrição ao movimento e proibição ao culto”, destacou Al-As’ad.
Na segunda-feira (20), Israel anunciou uma série de restrições aos palestinos a serem impostas durante o mês do Ramadã, sobretudo com relação a Al-Aqsa.
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“Mulheres de todas as idades, crianças do sexo masculino de até 12 anos e homens com mais de 55 anos poderão entrar na Mesquita Al-Aqsa durante o mês do Ramadã sem necessidade de autorização prévia”, afirmou no início da semana o major-general Ghassan Alyan, coordenador de Atividades Governamentais nos Territórios [Ocupados], em comunicado.
Israel “exigirá autorização para homens de 45 a 55 anos”, acrescentou.
O militar israelense insistiu que é necessária “aprovação de segurança” para que palestinos da Cisjordânia ocupada visitem parentes nos territórios de 1948 – isto é, designado Israel desde o ano citado, quando foi criado o Estado sionista via limpeza étnica.
Estrangeiros que queiram visitar familiares na Cisjordânia ocupada também terão de passar por escrutínio do exército.
Com relação à Faixa de Gaza, conforme o comunicado, Israel impôs uma “cota limitada” para mulheres com mais de 50 anos e homens com mais de 55 anos, de domingo a quinta-feira, para que entrem na Mesquita Al-Aqsa.
A Cisjordânia ocupada vive uma escalada de tensão há meses, em meio a repetidas incursões militares de Israel contra cidades palestinas.
Segundo estimativas, quase 90 palestinos foram mortos por fogo israelense desde o início do ano. Catorze israelenses foram mortos por operações de resistência no mesmo período.
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