Desde o início do ano, Jerusalém ocupada vive um aumento drástico nos crimes de ódio, dentre os quais, vandalismo e agressões, cometidos por judeus extremistas contra a comunidade árabe cristã, informou neste domingo (26) o jornal Haaretz.
Líderes da igreja atribuem o aumento dos crimes de ódio contra cristãos à retórica adotada pelo governo de extrema-direita comandado por Benjamin Netanyahu, considerado o gabinete mais radical na história de Israel.
Conforme a reportagem, a polícia israelense ignora a gravidade do problema e nega a escalada. Cristãos sentem que é inútil denunciar os incidentes.
Um padre armênio citado pelo Centro Inter-religioso de Jerusalém disse que já foi cuspido mais de noventa vezes este ano, sobretudo na Cidade Velha de Jerusalém.
“Não é coincidência que a legitimação e discriminação da violência dentro do atual ambiente político israelense também se traduza em atos de ódio e violência contra a comunidade cristã”, comentou o padre Francesco Patton, custódio da ordem franciscana na Terra Santa.
“Esperamos e exigimos que o governo e as instituições responsáveis atuem decisivamente para asseverar a segurança de todas as comunidades, proteger as minorias e erradicar o fanatismo religioso”, acrescentou.
“Referimo-nos especificamente a esses graves incidentes de intolerância, crimes de ódio e vandalismo dirigidos contra cristãos em Israel.”
A polícia de Israel negou qualquer inação e insistiu que todos os incidentes reportados são tratados com celeridade e de forma decisiva. Segundo a versão policial, suspeitos foram presos na maioria dos casos; alguns deles foram indiciados.
Segundo estimativas históricas, há cem anos, os cristãos representavam 25% dos residentes de Jerusalém; hoje, são apenas 1%. O número de cristãos árabes em Jerusalém começou a declinar após a ocupação de 1967. Desde então, Israel confiscou cerca de 30% de suas terras e tomou diversas propriedades mediante táticas de limpeza étnica.
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