A decisão do governo interino do Líbano de adiar o início do horário de verão por um mês, até o final do mês do Ramadã, provocou ampla controvérsia.
As forças políticas cristãs e o Patriarcado Maronita rejeitaram a decisão, que ocorre em meio a uma grave crise econômica e divisões políticas que têm impedido repetidamente a eleição de um novo presidente.
O Líbano adere anualmente ao horário de verão universal, que começou ontem (26). Contudo, em comunicado emitido na quinta-feira (23), o governo anunciou que a mudança de horário será adiada “excepcionalmente” por um mês, para meia-noite de 20 a 21 de abril.
Empresas de telecomunicação pediram aos assinantes que ajustem as configurações de relógio em seus celulares manualmente para evitar a alteração automática do horário, enquanto várias instituições se recusaram a implementar a decisão, incluindo estações de televisão.
A Middle East Airlines anunciou antecipar o horário dos voos em uma hora no período entre 25 e 26 de março e 20 e 21 de abril.
O Patriarcado Maronita, o Movimento Livre Patriota e o Partido das Forças Libanesas, dois dos partidos cristãos mais poderosos, rechaçaram a decisão do governo.
O líder do Movimento Livre Patriota, Gebran Bassil, afirmou no Twitter que “não é possível ficar em silêncio sobre a decisão; devemos pensar em recorrer ou desobedecer”.
Por sua vez, o líder do Partido das Forças Libanesas, Samir Geagea, pediu que a medida fosse revogada, ao insistir em prejuízo aos negócios, sobretudo ao tráfego aéreo.
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