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Polícia de Israel perdeu controle dos protestos, afirmam oficiais à imprensa

Protestos contra a proposta de reforma judicial do governo israelense de Benjamin Netanyahu, em Tel Aviv, em 25 de março de 2023 [Gitai Palti/Agência Anadolu]

Um oficial de segurança israelense afirmou neste domingo (26) que a polícia perdeu o controle dos protestos que tomaram o país contra a reforma judicial do atual governo, sobretudo após a demissão do ministro da Defesa, Yoav Gallant, pelo premiê Benjamin Netanyahu.

Netanyahu demitiu Gallant no sábado (25), um dia após o ministro reivindicar publicamente que a controversa emenda legislativa fosse suspensa.

“Perdemos o controle das manifestações”, confirmou o policial, em condição de anonimato, ao jornal israelense Haaretz.

“O que está acontecendo lá fora agora é uma loucura”, destacou outro. “Quem pensa que pode acalmar o público ao despejar água de esgoto nos manifestantes está enganado. Não seremos capazes de conter essa situação.”

Segundo o jornal Yedioth Ahronoth, “as forças presentes no local sequer conseguiram bloquear o acesso à rua para evitar a chegada de manifestantes, que continuam a se reunir no local”.

LEIA: Israel vive ‘profunda divisão’ sobre reforma na justiça, alerta Herzog

Na rua Ayalon de Tel Aviv, manifestantes incendiaram pneus em protesto contra a demissão de Gallant. Na noite de domingo, milhares de israelenses derrubaram as cercas de metal erguidas pela polícia perto da residência oficial de Netanyahu em Jerusalém ocupada.

Outros milhares fecharam uma das principais avenidas de Beersheba.

Dezenas de milhares de israelenses protestam há quase doze semanas contra a reforma judicial do governo de extrema-direita. Netanyahu é réu por corrupção e crime de responsabilidade; no entanto, insiste ter mandato eleitoral para prosseguir com a reforma.

Analistas internos e aliados externos temem pela “democracia” em Israel – cuja imagem já está abalada pelas consistentes denúncias de apartheid contra os palestinos dos últimos anos.

A proposta de Netanyahu busca retirar poderes da Suprema Corte em favor do Poder Executivo, incluindo nomeação de juízes e revogação de leis.

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