O primeiro-ministro de Israel Benjamin Netanyahu anunciou nesta segunda-feira (27) suspender sua proposta legislativa de reforma judicial para evitar uma “guerra civil”.
“Dada a opção de evitar uma guerra civil por meio do diálogo, faço uma pausa para o diálogo”, afirmou Netanyahu à televisão.
Israel vive protestos em massa há 12 semanas, incluindo prejuízos à economia e reservistas que se recusaram a responder às convocações para o serviço militar.
No fim de semana, Netanyahu demitiu seu ministro da Defesa, o ex-general Yoav Gallant, por propor a suspensão da reforma.
Em meio ao recuo, Netanyahu acusou uma “minoria extremista” de “tentar rasgar nosso país”, mas insistiu que a legislação seria aprovada mais cedo ou mais tarde.
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O premiê alegou permitir o “adiamento” para dar “uma verdadeira oportunidade a um diálogo real”. No entanto, enfatizou que, “seja como for”, uma reforma seria aprovada para “restaurar o equilíbrio” entre os poderes.
O ministro da Justiça, Yariv Levin, e o ministro de Segurança Nacional, Itamar Ben-Gvir, notório por posições de extrema-direita, retiraram suas ameaças de renúncia.
“Fui lá fora e vi a manifestação dos anarquistas e entendi que, caso eu renuncie, isso lhes dará uma vitória. Eles não vão vencer”, declarou Ben-Gvir. Netanyahu, em contrapartida, prometeu criar uma “guarda nacional” sob comando de Ben-Gvir em troca da manutenção de seu apoio.
“O povo quer a reforma, e eles a terão, mas também temos que olhar o que está acontecendo lá fora. Não pode ser ignorado”, acrescentou Levin, segundo relatos.
Os líderes da oposição, Yair Lapid e Benny Gantz, disseram que estão prontos para participar de conversas mediadas pelo presidente Isaac Herzog. Lapid afirmou que seu objetivo é chegar a um acordo constitucional, mas advertiu que, caso Netanyahu tente algum “truque”, os protestos serão retomados.
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