Israel lançou nesta quarta-feira (29) uma nova versão do seu satélite Ofek, para aumentar sua capacidade de espionar os países vizinhos.
O lançamento foi supervisionado pelo ministro da Defesa Yoav Gallant. A presença de Gallant foi vista como indicação de que ele permanece no cargo, apesar de um desentendimento com o premiê Benjamin Netanyahu sobre a reforma judicial do governo, que levou à demissão nominal do ministro no fim de semana.
O satélite Ofek 13 foi fabricado pela Indústria Aeroespacial de Israel – empresa estatal ligada às Forças Armadas. Trata-se do mais recente lançamento de uma série de satélites de fabricação local — o primeiro dos quais entrou em órbita em 1988.
O satélite foi lançado em um míssil Shavit e sobrevoou o Mar Mediterrâneo, a fim de evitar que tecnologia sensível caísse nas mãos de vizinhos hostis, em caso de falha.
Gallant celebrou o evento como “um importante exemplo da inovadora defesa estabelecida por Israel”. O ministro prometeu aprimorar, junto ao lançamento, a vigilância regional 24 horas por dia, enquanto o país se prepara para um eventual confronto com Teerã.
“Israel já provou suas diversas capacidades espaciais muitas vezes e é um dos poucos países a possui-las”, insistiu Gallant, “capacidades que continuamos a desenvolver e fortalecer”.
Israel é um dos poucos países do mundo que operam satélites de reconhecimento, dando-lhe capacidades avançadas de coleta de inteligência. Até 2020, a lista incluía também o Irã, com um lançamento bem-sucedido de um satélite próprio para compilar informações.
O lançamento em Israel ocorre pouco depois da normalização das relações entre Arábia Saudita e Irã, sob mediação da China. Israel considera a aproximação entre os adversários regionais uma ameaça aos seus interesses. Como parte do acordo, Pequim concordou em compartilhar o uso de satélites espiões com Riad e Teerã.
LEIA: Presidente chinês prevê maior aliança regional após normalização entre Riad e Teerã