A comunidade internacional deve agir com “firmeza e princípios” para proteger a dignidade e os direitos humanos do povo palestino, declarou Francesca Albanese, relatora especial das Nações Unidas para a situação nos territórios ocupados, em nota emitida nesta quinta-feira (30).
“A violência de Israel, incluindo operações mortais no campo de refugiados de Jenin, em 26 de janeiro, na Cidade Velha de Nablus, em 22 de fevereiro, e em Jericó, em 1° de março, deixou 80 mortos entre os palestinos e mais de dois mil feridos em menos de 90 dias”, destacou Albanese. Em contrapartida, treze israelenses foram mortos por operações de resistência.
Albanese reiterou que a “destruição sistemática de casas, estruturas e propriedades civis, em meio a uma retórica hostil aos palestinos e planos declarados de anexar mais terras aumentou o sentimento de desespero dentre as comunidades ocupadas”.
“A onda de violência que varre a Cisjordânia desde o início do ano é consequência inexorável de uma ocupação predatória e repressiva sem fim à vista e da cultura de ilegalidade e impunidade que Israel nutriu e desfrutou ao longo dos anos”, advertiu a oficial da ONU.
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Albanese explicou que a “falta de intervenção significativa” da comunidade internacional levou Israel a consolidar sua ocupação. Segundo o relato, membros da ONU ofereceram “pouco mais do que condenação simbólica, assistência humanitária paliativa e discussões teóricas, apesar de testemunharem sucessivos recordes de mortos e feridos há décadas”.
Albanese reforçou apelos aos membros da ONU para que “vão além de meramente contabilizar as vítimas e pedir moderação”, ao superar seu “silêncio diante das gritantes violações”.