Autoridades da ocupação israelense demoliram nesta segunda-feira (3) a aldeia de al-Araqeeb, situada no deserto de Negev (Naqab), pela 215ª vez desde 2010. É a quarta vez que a aldeia é destruída somente este ano.
Forças coloniais invadiram a aldeia e forçaram os moradores, incluindo mulheres e crianças, a deixarem suas casas e tendas para demoli-las. Os palestinos haviam reconstruído suas moradias com pedaços de madeira e chapas de plástico – caso contrário, estariam desabrigados.
Israel insiste em demolir a aldeia sob pretexto de construção ilegal. Cada vez que a comunidade é defraudada, no entanto, os residentes retornam à terra e reconstroem suas casas, ao resistir aos persistentes esforços para expulsá-los de seus lares ancestrais.
Al-Araqeeb abriga 800 pessoas que vivem da criação de animais e da agricultura familiar.
A aldeia não é reconhecida por Israel, apesar dos moradores terem provado, por meios legais, a posse legítima de 1.250 dunums de terra, na década de 1970.
Em relatório, a Zochrot, ong de ativistas judeus e árabe-israelenses que monitora o processo de limpeza étnica na Palestina histórica, confirmou que al-Araqeeb foi construída pela primeira vez durante o período otomano, em terras adquiridas legalmente por seus moradores.
Israel busca expulsar os nativos palestinos para garantir controle de suas terras e da demografia da região. O regime colonial não reconhece dezenas de outras aldeias do Negev, lar de mais de 240 mil palestinos, sem acesso a serviços públicos, como água, luz, educação e saúde.
Além do contexto de perseguição e apartheid, os residentes palestinos de al-Araqeeb vivem sob constante ameaça de demolição e expulsão.
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