Palestinos em cidades árabes no território considerado Israel – isto é, ocupado durante a Nakba ou “catástrofe”, via limpeza étnica, em 1948 – iniciaram uma greve a partir de domingo (2) para protestar contra a execução a tiros do médico Mohammad al-Osaibi.
Al-Osaibi (26), nativo de Houra, aldeia beduína no sul do território, foi assassinado por policiais israelenses no sábado (1°), na entrada da Mesquita de Al-Aqsa, em Jerusalém ocupada.
Segundo a família, al-Osaibi foi baleado quando interveio para ajudar uma menina palestina.
A greve foi convocada pelo Comitê de Monitoramento dos Cidadãos Árabes de Israel, que inclui todas as municipalidades, para fechar instalações de ensino e comércio.
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O presidente do comitê, Mohammad Barakeh, ex-membro do Knesset (parlamento israelense) explicou o protesto à rádio militar do Estado sionista: “Não se trata de versões conflitantes – há um órgão do regime que matou um cidadão a sangue frio. O ônus da prova é da polícia”.
Barakeh reiterou que a greve seria realizada em quase todas as localidades árabe-palestinas, de maneira pacífica, a menos que “a polícia provoque” a população.
Ahmad Tibi, membro palestino do Knesset, visitou o velório de al-Osaibi e prestou condolências à família, na aldeia de Houra, na região do Negev (Naqab).
“Mohammad al-Osaibi é um médico que foi à Mesquita de Al-Aqsa para rezar”, comentou Tibi. “Ele tinha sonhos, destruídos por balas de policiais ávidos por sangue, que acham que a vida de um palestino não vale nada”.
Soldados israelenses alegaram que o jovem médico tentou roubar a arma de um oficial após ser abordado. A família nega a versão colonial do incidente. “A polícia está mentindo”, reiterou em nota. “Atiraram mais de 20 vezes quando ele não tinha nada em sua posse.”
Os territórios ocupados da Cisjordânia e Jerusalém vivem uma escalada de tensões há meses, em meio a reiteradas incursões militares contra comunidades palestinas. Israel matou mais de 90 palestinos desde o início do ano.
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