A moeda nacional do Líbano caiu ontem (6) em sua taxa de câmbio em100.000 libras em relação ao dólar americano pela primeira vez nas últimas três semanas.
Segundo o site lirarate.org, a libra libanesa acordou nesta quarta-feira no mercado informal entre 98.000 e 98.200 dólares, após atingir a cifra de 140.000 há alguns dias atrás.
Neste contexto, o volume negociado na plataforma oficial do banco central, Sayrafa, ascendeu ontem a 97 milhões de dólares, a uma cotação de 88 mil libras por cada bilhete verde.
Paralelamente a esta diminuição, o Ministério das Finanças fixou em 60 mil libras por dólar uma nova taxa salarial que inclui os vencimentos de juízes, militares, funcionários de ministérios e administrações públicas.
A modificação também beneficiará os trabalhadores da empresa de dados, Internet e banda larga, Ogero, a empresa de eletricidade, hospitais públicos, a Cooperativa dos Empregados do Estado e outros.
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Por meio de nota, o ministério negou qualquer tentativa de discriminação contra os trabalhadores do setor público e reiterou o preço de 60.000 libras para salários e pensões sem exceção.
Em março passado, o Ministério da Economia adotou preços em dólares nas lojas comerciais, com o objetivo de proteger os moradores do caos e da aleatoriedade dos custos praticados por lojistas e supermercadistas.
Segundo relatos locais, a unificação de taxas de câmbio múltiplas é um dos muitos passos que o Fundo Monetário Internacional (FMI) pediu ao Líbano para concluir um pacote de ajuda de três bilhões de dólares.
No entanto, o FMI qualificou de lentos os progressos na implementação das reformas, face à instabilidade do país, na sequência da entrada num vazio de poder após o fim do mandato presidencial de Michel Aoun, a 31 de outubro.
Dados de entidades das Nações Unidas revelaram que cerca de dois milhões de pessoas no Líbano necessitam atualmente de assistência urgente diante de problemas de acesso a alimentos e outras necessidades básicas devido ao colapso econômico e financeiro.
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Nesse cenário, o secretário-geral do movimento Hezbollah, Hassan Nasrallah, denunciou o envolvimento dos Estados Unidos na corrupção da nação, além de dificultar investimentos e ajuda externa.
Publicado originalmente em Prensa Latina