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BBC insere bandeiras palestinas em notícia sobre pedofilia, é rechaçada por ativistas

A BBC teve de trocar uma imagem referente a crimes sexuais ocorridos em Midlands Ocidentais, na Inglaterra, após incluir bandeiras palestinas na manchete, embora não haja qualquer relação [Miqdaad/Twitter]

A BBC foi criticada por usar uma fotografia que incluía imagens de bandeiras palestinas em uma reportagem sobre um dos piores casos de abuso sexual infantil na Grã-Bretanha. Vinte e uma pessoas foram condenadas em 05 de abril por crimes sexuais contra crianças em Walsall, após a maior investigação sobre pedofilia já conduzida pela polícia de Midlands Ocidentais.

Os crimes perpetrados por uma “rede de abusadores” ocorreram em Walsall e Wolverhampton contra sete vítimas, com idades de 12 anos ou menos, ao longo de quase uma década. O artigo da BBC descreveu detalhes chocantes do caso.

Os crimes contra as crianças foram “alguns dos abusos mais perturbadores que já vi em minha carreira”, comentou o detetive-chefe Paul Drover, segundo a BBC.

Todos os condenados são brancos britânicos. Não obstante, a BBC decidiu ilustrar o artigo com uma imagem da fachada do tribunal com bandeiras palestinas tremulando, em um corte que parece excluir deliberadamente ativistas que protestavam durante um julgamento anterior, sem qualquer relação com o caso de abuso sexual.

Usuários de redes sociais criticaram a corporação estatal do Reino Unido, ao indagar como uma história sobre graves crimes sexuais cometidos por brancos britânicos pode ser ilustrada por uma imagem contendo bandeiras palestinas.

“Será que a BBC se importa de explicar como um artigo sobre pedófilos ingleses abre com uma imagem de bandeiras palestinas?”, perguntou um usuário. “É como se nem tentassem esconder o fato de que são uma máquina de propaganda. A quem serve a BBC?”

A BBC é historicamente criticada por seu viés favorável ao Estado de Israel e sua colonização das terras palestinas. Ativistas costumam apontar meios escusos pelos quais a companhia britânica busca difamar os palestinos e alimentar estereótipos racistas sobre os muçulmanos.

LEIA: Israel fez o primeiro sequestro de avião comercial do mundo; a BBC precisa reconhecer isso

Após viralizar a indignação sobre a promoção de estereótipos racistas pela emissora, a equipe da BBC mudou o cabeçalho da recente notícias. No entanto, não emitiu uma errata, tampouco explicação sobre sua escolha editorial.

Os 21 pedófilos britânicos foram condenados após a Secretária do Interior, Suella Braverman, alegar que “quase todos” os membros das gangues eram homens paquistaneses britânicos que tinham atitudes incompatíveis com os “valores britânicos”.

Em resposta à polêmica sobre o caso de Walsall e os comentários do governo conservador em Londres, Craig Guildford, chefe da polícia local, destacou: “É importante não ter preconceitos sobre quem pode cometer tais crimes. Não há fronteiras sociais ou religiosas e é importante lembrar o público e os profissionais que reportem suas apreensões à polícia”.

A BBC também foi criticada por sua cobertura do violento ataque de soldados de ocupação israelenses a fiéis muçulmanos na Mesquita de Al-Aqsa, em Jerusalém ocupada, nesta semana – ocasião que coincidiu o mês islâmico do Ramadã e a Páscoa judaica e cristã.

A operação dentro de Al-Aqsa – terceiro lugar mais sagrado para o islamismo – foi capturada em vídeo e incluiu imagens de soldados israelenses espancando civis com cassetetes. As imagens foram descritas pela cobertura da BBC como “confrontos”.

“Por que a BBC continua chamando essas coisas de ‘confrontos’?” questionou um usuário nas redes sociais. “Se a Reuters pode chamar de ataque, por que vocês não podem? Deixem de ser submissos e façam seu trabalho!”

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