Colonos israelenses obstruíram o acesso principal das cidades de Ramallah e al-Bireh, via posto militar de Beit El, no centro da Cisjordânia ocupada, na noite desta segunda-feira (10). Colonos atiraram pedras em veículos palestinos, resultando em danos.
Houve confrontos entre os colonos extremistas e os residentes palestinos. Soldados israelenses dispararam gás lacrimogêneo contra os palestinos.
No mesmo contexto, segundo a agência de notícias Anadolu, colonos ilegais se aglomeraram nas intersecções de diversas estradas a oeste de Ramallah e perto da cidade de Nablus.
A Cisjordânia vive uma escalada de tensões há meses, em meio a operações militares de Israel em cidades palestinas. Ainda ontem, Muhammad Fayez Nabhan, de apenas 15 anos, foi morto a tiros por soldados no campo de Aqabat Jaber, perto de Jericó.
Segundo Nabil Abu Rudeineh, porta-voz da presidência palestina, Israel busca arrastar a região para “violência e instabilidade”. Rudeineh pediu “intervenção imediata dos Estados Unidos para conter a reiterada agressão”.
Conforme o porta-voz, a Autoridade Palestina (AP) responsabiliza Israel pelos “graves ataques e pela escalada provocatória, que confirmam o empenho da ocupação em arrastar a região para a violência e instabilidade”.
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O porta-voz apontou que “a invasão de milícias coloniais, lideradas por ministros de governo da ocupação israelense, nas terras do Estado da Palestina, não muda o fato de que a terra pertence aos palestinos e que a invasão, pela força das armas, não dá propriedade aos colonos”.
Conforme Rudeineh, essa “invasão fascista de extremistas judeus”, combinada com o ataque de soldados sionistas à Mesquita de Al-Aqsa, em Jerusalém ocupada, “arrasta toda a região a uma deflagração que ninguém poderá controlar”.
O oficial palestino sugeriu que o silêncio dos Estados Unidos encoraja Israel a persistir em seus crimes. Rudeineh pediu “uma intervenção imediata para deter tamanha loucura, pela qual toda a região pagará o preço”.
De acordo com a Comissão de Resistência aos Assentamentos, milhares de colonos participaram de uma recente “marcha por judaização” para pressionar o governo de Benjamin Netanyahu a avalizar obras no assentamento evacuado de Eviatar.
Na cidade de Hebron (Al-Khalil), o exército israelense fechou a Mesquita Abraâmica (Túmulo dos Patriarcas) para fiéis muçulmanos pelo segundo dia consecutivo – colonos mantiveram acesso livre. O diretor da mesquita, Ghassan al-Rajabi, confirmou à agência Anadolu que Israel fechou o local para a Páscoa judaica (Pessach), ao discriminar as preces islâmicas do Ramadã.
Testemunhas relataram que soldados fecharam a área de Bab Al-Zawiya, no centro de Hebron, ao impedir que os comerciantes abrissem seus negócios. Franco-atiradores foram posicionados nos telhados ao redor.
As medidas coincidiram com a invasão colonial a um sítio arqueológico na rua Beersheba, em Hebron, para que fundamentalistas judeus realizassem rituais religiosos.
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