O Citizen Lab do Canadá revelou nesta terça-feira (11) que um novo software espião israelense, semelhante ao infame programa Pegasus, foi usado para visar jornalistas e políticos de oposição em diversos países.
Segundo a organização de direitos humanos e segurança digital, o novo programa foi projetado por uma companhia israelense pouco conhecida chamada QuaDream Limited, fundada por um ex-oficial militar e ex-funcionário da empresa NSO, que produziu o Pegasus.
O Citizen Lab, que monitora o uso indevido de dispositivos eletrônicos modernos, identificou pelo menos cinco pessoas que foram visadas pelo programa QuaDream na América do Norte, Ásia Central, Sudeste Asiático, Europa e Oriente Médio.
O relatório reiterou que a lista de vítimas inclui “jornalistas, opositores políticos e funcionários de ongs”; contudo, não revelou suas identidades.
Programas de spyware como o Pegasus já foram amplamente usados por governos e outras agências para espionar dissidentes, jornalistas e ativistas.
No final de março, a Casa Branca confirmou que governos usaram o Pegasus para “facilitar a repressão e permitir abusos dos direitos humanos”.
Segundo o Citizen Lab, depois de ser instalado no telefone ou computador pessoal do usuário, o software espião QuaDream pode gravar chamadas e sons externos, tirar fotos das câmeras e procurar arquivos do dispositivo sem o conhecimento do usuário.
O programa pode gerar códigos de autenticação de dois fatores, ou seja, senhas e códigos de segurança para garantir acesso às contas em nuvem do dono do dispositivo. O aplicativo inclui um recurso de autodestruição para ocultar sua existência uma vez cumprida a missão.
O Citizen Lab identificou servidores em dez países que receberam dados dos dispositivos das vítimas, incluindo Israel, Singapura, México, Emirados Árabes Unidos e Bulgária.
A organização destacou que a QuaDream comercializa o spyware a clientes públicos, como o governo de Singapura, Arábia Saudita, México, Gana, Indonésia, Marrocos e outros.
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