Rússia acusa ONU de distorcer fatos sobre acordo de grãos

Nesta quinta-feira (13), o governo da Rússia acusou a Organização das Nações Unidas (ONU) de distorcer fatos sobre a implementação do acordo de grãos do Mar Negro.

As informações são da agência de notícias Anadolu.

O Ministério das Relações Exteriores da Rússia afirmou em nota que a inspeção mencionada pela ONU em uma declaração recente jamais foi realizada, uma vez que funcionários do Centro de Coordenação Conjunta (CCC) em Istambul sequer agendaram as visitas.

Segundo o comunicado, a Ucrânia cancelou todas as solicitações em 5 de abril.

A chancelaria insistiu que a recusa de Kiev em autorizar o fornecimento de amônia previsto nos acordos e a falta de progresso sobre a implementação de um memorando firmado entre Rússia e Nações Unidas continuam sem resposta do secretariado da entidade internacional.

Conforme a queixa, a ONU não propôs um cronograma sobre as reivindicações ucranianas para registrar novas embarcações. O protesto de Kiev sucedeu uma sugestão do Kremlin de incluir na lista navios com destino não apenas a países ocidentais, mas também à África.

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Segundo o Kremlin, a questão permanece em aberto desde janeiro, muito embora contradiga as “justificativas comerciais” enunciadas por Kiev. A nota insiste ainda que a ONU ignora o fato de que as remessas ucranianas não contiveram até então a inflação do trigo, de modo que 70% das exportações em voga são de milho e forragem.

A chancelaria argumentou também que o fornecimento de bens e fertilizantes russos ajudaria a resolver os problemas globais, ao afirmar que até mesmo o envio gratuito de fertilizantes russos a países pobres enfrenta obstáculos.

“A remoção de barreiras às exportações agrícolas deveria ocorrer como parte do memorando assinado entre Rússia e Nações Unidas, mas sequer foi mencionado pela ONU”, alertou a nota.  “Este silêncio não é somente um sinal da atitude do secretariado sobre o pacote proposto por António Guterres, como também da ausência de resultados práticos”.

O ministério preconizou a não extensão do acordo, ao observar que os debates sobre a iniciativa de grãos do Mar Negro podem ser interrompidos a partir de 18 de maio, se não houver resposta aos problemas correntes.

O ministério citou cinco problemas a serem solucionados: reconectar o Banco Agrário da Rússia ao sistema Swift; retomar o envio de máquinas agrícolas, peças sobressalentes e serviços de manutenção; suspender restrições ao seguro e resseguro e desbloquear acesso aos portos; reaver as operações do oleoduto Tolyatti-Odessa; e desbloquear ativos e contas estrangeiras de empresas russas responsáveis por produção e transporte de alimentos e fertilizantes.

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