Polícia de Israel limita participação cristã no ritual do Fogo Sagrado em Jerusalém

Forças israelenses bloqueiam entrada da Igreja do Santo Sepulcro, em Jerusalém ocupada, em 15 de abril de 2023 [Mostafa Alkharouf/Agência Anadolu]

Neste sábado (15), forças israelenses atacaram cristãos ortodoxos que desejavam participar da cerimônia do Fogo Sagrado na Igreja do Santo Sepulcro, em Jerusalém ocupada.

As informações são da agência de notícias Anadolu.

Fiéis e sacerdotes se reuniram no Bairro Cristão da Cidade Velha de Jerusalém com velas, cruzes de madeira e espadas cerimoniais, marchando e cantando rumo à Igreja do Santo Sepulcro, um dos lugares mais sagrados da Cristandade.

Ao chegarem no local, os peregrinos acenderam suas velas e aguardaram o início da cerimônia, que simboliza a ressurreição de Cristo.

Contudo, muitos fiéis que esperavam participar da missa, incluindo idosos e mulheres, tiveram seu acesso impedido pela polícia israelense, que ergueu barricadas de ferro nas vielas estreitas em direção ao santuário. Padres e alguns cristãos conseguiram passar.

Correspondentes da agência Anadolu capturaram o momento no qual alguns cristãos tentaram romper o bloqueio, sob agressão física dos soldados da ocupação. Um sacerdote esteve entre os feridos, uma pessoa desmaiou.

Em nota, a polícia israelense alegou que milhares de pessoas marcharam pela Cidade Velha para participar do ritual do Fogo Sagrado, mas insistiu trabalhar para fornecer um “ambiente seguro” aos fiéis. O comunicado não mencionou os incidentes de violência policial.

Em 12 de abril, o Comitê de Status Quo das Igrejas de Jerusalém alertou em comunicado contra as restrições impostas pela polícia israelense sobre a cerimônia do Fogo Sagrado.

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A Autoridade Palestina rechaçou as violações de Israel como “obstáculo perigoso e prepotente” à prática de culto.

O Santo Sepulcro situa-se em Jerusalém Oriental – segundo a tradição, lugar onde Jesus Cristo foi crucificado e ascendeu ao Paraíso.

As chaves do Santo Sepulcro, motivo de disputas entre diferentes congregações cristãs ao longo da história, foram entregues pelo sultão otomano Abdul Mejide a duas famílias muçulmanas de Jerusalém, responsáveis por preservar o acesso de fiéis ao local sagrado.

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