Segundo relatos, as Forças Armadas do Sudão obtiveram vantagem nos confrontos violentos por poder que tomaram o Sudão, contra as Forças de Suporte Rápido (FSR). O exército alvejou bases do grupo paramilitar com ataques aéreos, neste fim de semana.
Ao menos 59 civis morreram, incluindo três funcionários das Nações Unidas.
Desde sábado (15), confrontos ocorrem entre unidades leais ao chefe do Conselho Soberano e comandante-chefe das Forças Armadas, o tenente-general Abdel Fattah al-Burhan, e as tropas paramilitares lideradas por seu vice, o tenente-general Mohamed Hamdan Dagalo (Hemedti).
Trata-se dos primeiros conflitos diretos entre al-Burhan e Hemedti desde que depuseram, sob forte pressão popular, o ex-ditador Omar Al-Bashir, em abril de 2019.
A disputa corrente envolve a integração das Forças de Suporte Rápido no exército, como parte dos estágios de transição a um governo civil.
Segundo a missão da Organização das Nações Unidas (ONU) no Sudão, ambos os comandantes concordaram em interromper a luta por três horas (entre 14h00 e 17h00 GMT), neste domingo (16), com base em uma proposta da entidade internacional.
O Comitê Preliminar do Sindicato de Médicos do Sudão reiterou a dificuldade de paramédicos e pacientes de chegarem aos hospitais e pediu às partes que forneçam salvo-conduto.
Conforme testemunhas, as trocas de tiro pareceram diminuir brevemente, a princípio no centro de Cartum. Contudo, pouco depois, bombardeios intensos foram retomados.
À noite, quando expirou o cessar-fogo, residentes reportaram ataques com artilharia pesada e aeronaves em Kafouri, bairro da capital que abriga bases das Forças de Suporte Rápido.
Estados Unidos, China, Rússia, Egito, Arábia Saudita, União Europeia, União Africana e ONU, via Conselho de Segurança, pediram fim imediato das hostilidades, que ameaçam agravar crises e disputas em uma região já bastante volátil.
Os ataques chegaram à cidade de Omdurman, gêmea da capital. Segundo relatos, a maioria das bases e quartéis do grupo paramilitar foram destruídas na região. As mesmas fontes alegam que o exército retomou grande parte do palácio presidencial, em Cartum.
Ambos os lados, contudo, anunciaram obter controle sobre a sede do executivo, junto de outras instalações estratégicas na capital. Confrontos continuam.
LEIA: Interferências externas causaram guerra no Sudão, alega ex-premiê do Catar