A administração do presidente dos Estados Unidos Joe Biden instou Israel neste domingo (16) a expandir o espaço designado para orações igualitárias no Muro das Lamentações, na cidade de Jerusalém ocupada.
“Visitei o Muro Ocidental pela primeira vez hoje e me encontrei com o rabino responsável, Shmuel Rabinowitz”, reportou no Twitter o cônsul americano para Liberdade Religiosa, Rashad Hussain. “Reiterei o apoio dos Estados Unidos para implementar o acordo do Muro Ocidental, com intuito de expandir o espaço igualitário no muro”.
I visited the Western Wall for the first time today and met with Rabbi of the Wall Shmuel Rabinowitz. I reiterated U.S. support for implementation of the 2016 Western Wall agreement to expand the egalitarian space at the Wall. pic.twitter.com/BQXKrVlaTr
— U.S. Ambassador at Large Rashad Hussain (@IRF_Ambassador) April 16, 2023
O pacto foi proposto em 2017, pelo governo anterior do primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu, com amplo apoio de todo o espectro político e religioso. Netanyahu, no entanto, suspendeu sua implementação após pressão do partido ortodoxo Judaísmo Unido do Torá e do partido sefardita Shas. Ambos exigiram a revogação dos termos, ao ameaçar deixar o governo.
O Muro das Lamentações é um lugar de oração para os judeus. Colonos extremistas descrevem o local como um todo – isto é, o complexo da Mesquita de Al-Aqsa – como Monte do Templo, como forma de pressionar pela mudança do status religioso de Jerusalém.
Membros da coalizão anterior de Naftali Bennett e Yair Lapid se comprometeram a implementar o acordo, mas voltaram atrás devido a disputas internas da coalizão, prolongando ainda mais um ponto de conflito com a diáspora judaica.
A declaração pública do embaixador americano sucede o ataque de Israel a fiéis e sacerdotes cristãos que participavam das celebrações do Sábado de Aleluia, em Jerusalém, denunciadas como violações flagrantes do direito internacional.
Hussain também visitou a Mesquita Al-Aqsa para as orações de sexta-feira e se encontrou com o sheikh Azzam al-Khatib, diretor do Departamento de Recurso Islâmicos (Waqf) de Jerusalém.
Segundo o Escritório de Assuntos Palestinos dos Estados Unidos, Hussain e al-Khatib “discutiram os incidentes durante o Ramadã e reafirmaram o compromisso americano com o status quo em Jerusalém”.
Este ano, a sensibilidade em torno dos festivais sagrados na Cidade Velha mostrou tensões em particular, ao coincidir o mês islâmico do Ramadã, a Páscoa cristã e o Pessach judaico.
A família real da Jordânia tem custódia dos locais islâmicos e cristãos e nomeia membros do Departamento de Waqf, que supervisiona os respectivos santuários.
Israel capturou Jerusalém em 1967 e anexou toda a cidade em 1980, em uma medida jamais reconhecida internacionalmente.
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