Áreas da Cisjordânia ocupada vivenciaram recentemente uma mudança fundamental que Israel não via desde a Segunda Intifada, nos anos 2000, afirmou Alon Ben David, analista de assuntos militares do Canal 13.
Segundo informações da agência de notícias Safa, Ben David advertiu que o exército ocupante enfrenta hoje centenas de palestinos com uma disposição incomum para morrer.
“O assunto mais importante confrontado por Israel vem da arena palestina, algo que não vimos em 15 anos, e é caracterizado pela disposição de dezenas ou centenas de jovens a deixar suas casas para contrapor as forças do exército e mesmo morrer”, reiterou Ben David. “Falamos de um número muito grande de pessoas que estão prontas para nos enfrentar.”
Ben David também comentou sobre mudanças na juventude palestina: “Há jovens sabotadores que passam seu tempo nas redes sociais, que decidem filmar a si mesmos antes de realizar uma operação, e compartilham isso via Telegram e TikTok. Eles querem ser influenciadores nas redes. Por isso, vimos um jovem ir a Neve Yaakov na noite de sexta-feira, matar sete pessoas, entrar em um veículo e querer voltar para casa.”
Ben David alegou que é difícil identificar aqueles que podem eventualmente conduzir ataques, entre centenas de milhares que expressam seu ódio por Israel, e descobrir quem entre eles transformará esse sentimento em ação real.
Segundo o analista israelense, há soluções parciais via algoritmos técnicos ligados aos sistemas de coleta de informações, com enfoque nas redes sociais.
A Cisjordânia ocupada vive uma escalada de tensões há meses, em meio a reiteradas invasões do exército israelense contra aldeias e cidades palestinas, além de ataques diários perpetrados por colonos e soldados. Em resposta, novos eixos orgânicos da resistência palestina – sobretudo jovens – começaram a surgir.
LEIA: ‘Toca dos Leões’ é um dos grandes desafios do estado judeu, alerta think tank israelense