Os ministros da Defesa e chefes de inteligência do Irã, Rússia, Síria e Turquia se reuniram nesta terça-feira (25) para discutir a reconstrução das relações entre Ancara e Damasco, após anos de animosidade durante a guerra civil no país árabe, segundo informações da agência Reuters.
Como membro da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), a Turquia conferiu apoio à oposição política e armada ao presidente sírio, Bashar al-Assad, durante os 12 anos de guerra civil. Neste entremeio, Ancara enviou tropas ao norte do país.
Moscou é o principal aliado de Assad e encorajou a reconciliação com o regime de Recep Tayyip Erdogan. Damasco, porém, exige a retirada total de tropas turcas para restaurar relações.
Durante as conversas em Moscou, os emissários internacionais debateram o fortalecimento da segurança na Síria e a normalização de laços com Assad, confirmaram os ministérios da Defesa turco e russo em comunicados separados.
Os quatro países reiteraram o desejo de preservar a integridade territorial da Síria e a urgência de intensificar esforços para o retorno rápido dos refugiados sírios a seu país de origem. Ongs, no entanto, advertem que a situação de segurança ainda é desfavorável.
De acordo com o Ministério da Defesa da Síria, as conversas reforçaram apelos para retirada das tropas turcas e a abertura de uma rodovia estratégica para revitalizar o comércio regional.
Os ministros da Defesa da Síria e da Turquia já haviam se reunido em Moscou em dezembro, marcando o encontro de mais alto nível entre os dois países desde o início da guerra.
O chanceler turco Mevlut Cavusoglu preconizou na semana passada que uma nova reunião dos ministros de política externa dos quatros países daria seguimento às conversas, prevista para o mês de maio – adiada, no entanto, em meio a divergências.
Oficiais sírios insistem na retirada das tropas turcas radicadas no noroeste rebelde do país como pré-condição para a normalização com Ancara.
A ampla presença militar da Turquia impediu efetivamente que campanhas lideradas pela Rússia restaurassem o último grande enclave rebelde na Síria ao controle do Estado.
LEIA: O acordo saudita-iraniano reflete a mudança na política externa da China?