Portuguese / English

Middle East Near You

Soldados israelenses em Gaza ostentam má conduta

Projeto de lei quer transformar o sionismo em ‘princípio diretor’ de Israel

Protesto contra a reforma judicial do premiê israelense Benjamin Netanyahu, em Tel Aviv, 25 de abril de 2023 [Mostafa Alkharouf/Agência Anadolu]

Um dos ministros de extrema-direita de Israel quer promover o sionismo a “princípio diretor das atividades do governo”. Caso aprovada, a medida deverá enraizar ainda mais o conceito de supremacia judaica nas políticas de Estado.

Segundo o jornal israelense Haaretz, o gabinete de governo deve decidir nesta quinta-feira (27) se avançará com a proposta.

O Ministro de Desenvolvimento do Negev e Galileia, Yitzhak Wasserlauf, está por trás do plano, cujo intuito é traduzir a Lei do Estado-nação de 2018 – de cunho racista – em cláusula pétrea. A lei discrimina cidadãos não-judeus ao declarar Israel como Estado-nação do povo judaico.

Sobre a questão dos assentamentos – ilegais sob o direito internacional – diz o texto: “O Estado considera o desenvolvimento dos assentamentos judaicos como um valor nacional e agirá para promover e encorajar sua consolidação”.

Não está claro qual diferença prática haverá na vida sob ocupação caso o projeto de Wasserlauf seja deferido, dado que o sionismo é a ideologia do Estado de Israel desde sua criação em 1948, mediante limpeza étnica dos palestinos nativos – ocasião conhecida em árabe como “Nakba” ou “catástrofe”.

A Lei do Estado-nação meramente formalizou décadas de práticas israelenses, como expansão dos assentamentos exclusivamente judaicos e políticas discriminatórias contra não-judeus.

“Na próxima reunião de gabinete, trataremos de uma resolução histórica”, celebrou Wasserlauf no Twitter, ao anunciar a proposta. “O sionismo será um princípio diretor e decisivo em todas as atividades dos ministérios do governo”.

Wasserlauf é membro do partido ultranacionalista Otzma Yehudit (Poder Judaico), do ministro de Segurança Pública Itamar Ben Gvir.

Conforme o autor, a resolução “permitirá dar preferência a soldados e veteranos das Forças de Defesa de Israel [exército israelense, sic], entrincheirar o vínculo entre o povo judeu e a terra e fortalecer o Negev, a Galileia e a Judeia e Samaria [Cisjordânia, sic]”.

O objetivo, segundo o suplemento explicativo da proposta, divulgado pelo jornal Times of Israel, é “instruir todos os oficiais e ramos do governo a dar – como parte das considerações, incluindo ao estabelecer e implementar políticas – valor substancial aos princípios sionistas”.

 LEIA: Antissionismo e antissemitismo: como direita e esquerda confundem questões para negar os direitos palestinos

Categorias
IsraelNotíciaOriente MédioPalestina
Show Comments
Palestina: quatro mil anos de história
Show Comments