O primeiro-ministro de Israel Benjamin Netanyahu confirmou nesta segunda-feira (1°) que não pretende, por ora, introduzir um projeto de lei para dispensar judeus ultraortodoxos do serviço militar obrigatório, reportou o website em hebraico Walla.
Ao conversar com líderes da comunidade ultraortodoxa, Netanyahu reiterou não ver a proposta como uma possibilidade perante o atual parlamento (Knesset). “Não desejo me comprometer com novas controvérsias neste momento”, declarou o premiê.
Netanyahu enfrenta protestos de massa há meses contra o projeto de reforma judicial de sua coalizão de ultradireita. Nesse mesmo entremeio, o público ultraortodoxo passou a pressioná-lo para cumprir promessas de campanha.
Alertas emergiram sobre novas manifestações contra a isenção do serviço militar compulsório a grupos específicos. Segundo Amos Harel, comentarista do jornal Haaretz, porém: “[Netanyahu] parece determinado a manter vivos os protestos”.
Harel descreveu a eventual proposta como “Lei de Deserção dos Haredim”, em alusão ao nome hebraico da comunidade ortodoxa.
Conforme sua análise, partidos extremistas e fundamentalistas – presentes na coalizão do atual governo – “estabeleceram uma série de demandas, inaceitáveis a boa parte do público e, quem sabe, perturbadoras a muitos deputados”.
Uma nova lei para dispensar judeus ultraortodoxos do recrutamento, reafirmou Harel, “poderá perpetuar a desigualdade existente sobre o fardo do serviço militar [e] trazer de volta ao centro do debate público a tomada do judiciário”.
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