Portuguese / English

Middle East Near You

Soldados israelenses em Gaza ostentam má conduta

Professor preso no Egito sofre risco de morte, ongs se reúnem para pedir sua soltura

Prisioneiro político Salah Soltan [@ColossusDiplo/Twitter]

O Egito deve libertar o acadêmico Salah Soltan que enfrenta risco de morte e garantir acesso a tratamento médico imediatamente, advertiram nesta quarta-feira (3) um total de 51 grupos de direitos humanos de todo o mundo.

Soltan foi preso após o golpe militar de 2013 e condenado à pena perpétua quatro anos depois, em um julgamento coletivo sem direito à defesa. As autoridades não apresentaram evidências concretas para sentenciá-lo.

O estudioso islâmico permanece em custódia na penitenciária de Badr 1, recentemente descrita como “abatedouro” por organizações humanitárias, devido a um surto de tentativas de suicídio em suas celas, sob condições extremamente precárias.

Em carta divulgada em março, Soltan denunciou negligência médica deliberada apesar de sofrer de doenças cardíacas e hepáticas. Sua saúde é motivo de apreensão há anos. Em 2021, a família relatou que guardas o carregaram ao local de visita devido às debilidades do prisioneiro.

Na ocasião, dezenove grupos de direitos humanos pediram ao governo egípcio do presidente e general Abdel Fattah el-Sisi que providencie assistência médica urgente a Soltan.

Em duas ocasiões, Soltan perdeu a consciência ao relatar dores no peito.

LEIA: Jornalista da Al-Jazeera deixa prisão no Egito

O Human Rights Watch (HRW) reafirmou que negligência médica pode equivaler a tortura e que profissionais de saúde independentes reportaram risco de morte a qualquer instante.

“Além de atropelá-lo com um julgamento injusto, as autoridades violam deliberadamente os direitos de Salah Soltan, ao negar assistência médica”, comentou Adam Coogle, vice-diretor do HRW para Oriente Médio e Norte da África.

“As autoridades deveriam, no mínimo, transferi-lo a uma instalação de saúde qualificada, onde profissionais independentes poderão tratá-lo sem empecilhos”, acrescentou.

As organizações signatárias incluem o Comitê por Justiça, a ong Democracy for the Arab World Now (DAWN) e o Instituto Dinamarquês Contra Tortura. A nota conjunta descreve a detenção contínua de Soltan como retaliação pelas ações de seu filho.

Em 2020, Mohamed Soltan, ex-prisioneiro político, registrou um processo em Washington DC, nos Estados Unidos, contra o ex-premiê egípcio Hazem Beblawi, ao responsabilizá-lo por tortura sofrida em custódia.

Seis dos parentes de Mohamed foram presos. Soltan desapareceu por um ano.

LEIA: Biden dos EUA autoriza venda de US$ 2,5 bilhões em armas para o Egito enquanto vídeo de tortura se espalha online

Categorias
ÁfricaDAWNEgitoHRWNotíciaOrganizações Internacionais
Show Comments
Palestina: quatro mil anos de história
Show Comments