A União Europeia expressou neste domingo (7) seu rechaço à presença do deputado extremista e ministro de Segurança Nacional de Israel, Itamar Ben-Gvir, na cerimônia do “Dia da Europa”, a ser realizada em Tel Aviv na quinta-feira (11).
Segundo a televisão israelense, a delegação europeia alertou à chancelaria sionista que o bloco não quer Ben-Gvir como representante do Estado na cerimônia devido a seu posicionamento e políticas racistas de extrema-direita.
“Não apoiamos a visão política do ministro Ben-Gvir ou de seu partido”, destacou um oficial do bloco à rádio estatal israelense Kan. “Muitas de suas declarações do passado contradizem o que representa a União Europeia”.
Segundo o jornal israelense Haaretz, um emissário europeu em Israel (não identificado) afirmou na última semana que prefere não se encontrar ou trabalhar com Ben-Gvir ou Bezalel Smotrich, ministro das Finanças e também deputado de extrema-direita.
O gabinete de Ben-Gvir insistiu que o ministro planeja comparecer às comemorações.
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“O ministro crê que, mesmo que os representantes da Europa não ‘apoiem seu ponto de vista’, devem compreender que Israel é uma democracia e, como democracia, pressupõe convivência com opiniões distintas”, declarou seu gabinete em comunicado.
Ben-Gvir é notório por posições favoráveis ao deslocamento forçado e extermínio dos palestinos nativos, tanto no território considerado Israel quanto nas terras ocupadas. O ministro costuma invadir a Mesquita de Al-Aqsa junto de colonos ilegais, na cidade de Jerusalém.
O secretariado do gabinete israelense escolheu Ben-Gvir como seu representante no “Dia da Europa”. De sua parte, o governo insistiu que apenas cederá aos apelos da União Europeia caso o próprio ministro peça para ser substituído.
Em novembro passado, em um áudio vazado, o presidente israelense Isaac Herzog alertou para uma “apreensão global” sobre a presença de Ben-Gvir no governo federal.
Ben-Gvir, no entanto, foi empossado ministro no mês seguinte, após compor uma coalizão com o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, considerado o governo mais extremista na história do Estado colonial de Israel.