O ministro de Relações Exteriores da Turquia, Mevlut Cavusoglu, rechaçou duramente a revista britânica The Economist por criticar, no editorial de maio, o presidente e candidato à reeleição Recep Tayyip Erdogan.
“Que escrevam o que quiserem, não serão suas canetas a decidir o curso da política da Turquia”, declarou Cavusoglu neste domingo (7), durante comício eleitoral na Antália. “O povo turco não dará a essa gente sequer a oportunidade”.
O artigo – sob o título “Se a Turquia depor seu autocrata, democratas em toda a parte poderão fazer festa – encabeça a edição de maio da revista, impressa com a manchete de capa “A eleição mais importante de 2023: A Turquia e o futuro da democracia”.
“Querem a saída de Erdogan porque ele não permite que se estabeleça um estado terrorista no norte da Síria; porque ele contribuiu com a vitória na região azeri de Karabakh; e porque uniu o mundo turco sob a Organização dos Estados Túrquicos”, reiterou Cavusoglu, ao exaltar avanços tanto no campo da diplomacia quanto na indústria militar.
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Apesar de contrapor-se a Damasco, a Turquia intervém no norte da Síria contra grupos armados de maioria curda, que buscam resistir ao governo de Bashar al-Assad desde o começo da guerra civil no Estado levantino, em 2011.
Em 2020, a Turquia de Erdogan auxiliou o Azerbaijão a conquistar territórios disputados durante um conflito de dois meses contra a Armênia.
O chanceler se vangloriou ainda das salvaguardas de seu governo sobre os direitos da Turquia e da República Turca do Chipre do Norte, no Mediterrâneo Oriental.
Além disso, Cavusoglu galardeou a independência da Turquia sobre fontes externas de energia, com a descoberta de um campo de gás natural no Mar Negro e a construção da primeira usina nuclear em solo nacional – sob parceria com a corporação russa Rosatom.
A Turquia vai às urnas no próximo domingo, 14 de maio de 2023, em uma eleição apertada que contrapõe o presidente Erdogan a seu antigo rival, Kemal Kiliçdaroglu.