A polícia na região de Xinjiang, na China, recorre a uma lista de 50 mil arquivos multimídia que rotulam como “violentos e terroristas” para identificar residentes uigures e de outras minorias islâmicas e turcomanas no território asiático, para então prender seus membros, informou em relatório o grupo Human Rights Watch (HRW).
A entidade humanitária investigou metadados da lista e descobriu que, ao longo de nove meses entre 2017 a 2018, a polícia realizou quase 11 milhões de buscas em um total de 1,2 milhão de telefones celulares em Urumqi, capital de Xinjiang, contra 3,5 milhões de habitantes.
Conforme o relatório, muçulmanos em Xinjiang são identificados como “extremistas violentos” apenas por praticarem sua religião.
“O emprego abusivo de tecnologia de vigilância pelo governo chinês em Xinjiang faz com que uigures que simplesmente têm o Alcorão em seus telefones estejam sujeitos a interrogatórios”, observou Maya Wang, diretora interina do Human Rights Watch para a China.
“O governo chinês, de maneira ultrajante e perigosa, confunde o Islã com extremismo, a fim de justificar abusos abomináveis contra os muçulmanos de Xinjiang”, acrescentou.
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