Esforços em busca de uma solução para a questão da área de Abyei, disputada entre o Sudão e o Sudão do Sul, apresentavam “sinais encorajadores”, mas foram interrompidos pela eclosão dos combates entre forças sudanesas, em 15 de abril.
A informação foi dada ao Conselho de Segurança que debateu a situação na região rica em recursos naturais.
Complicação da situação humanitária em Abyei
A secretária-geral assistente para a África, Martha Pobee, disse que as Nações Unidas atuam com organizações não governamentais em auxílio a cerca de 212 mil pessoas em situação de fragilidade em Abyei. O total inclui 30 mil deslocados.
Ela alertou que a eclosão da violência no Sudão pode complicar ainda mais a situação humanitária em Abyei, região que acolheu 535 recém-chegados do território sudanês. As agências se preparam para mais movimentos.
Desde o início dos combates, pelo menos 604 pessoas morreram. Outras 5,1 mil pessoas ficaram feridas na violência entre o Exército e paramilitares da Força de Apoio Rápido, RSF.
A Organização Mundial da Saúde, OMS, ressaltou que alguns estados sudaneses deixaram de enviar dados sobre o conflito.
Ataques armados e ocupação forçada
Pelo menos 15 ataques a profissionais de saúde foram confirmados, e outros estão sendo verificados. As instalações estão sendo alvos de ações armadas, invasões e saques que prejudicam o atendimento e os cuidados.
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Cerca de 700 mil pessoas tiveram de abandonar suas casas, além dos 3,7 milhões que antes saíram do Sudão. Na última semana, a Organização Internacional para Migrações, OIM, disse que o total de desalojados quase dobrou.
Mesmo havendo estoques de artigos não perecíveis em seis armazéns de todo o país, até o momento a agência não foi capaz de entregá-los aos necessitados.
Bens saqueados destinados às populações
O Programa Mundial de Alimentos, PMA, também reportou casos de roubo em armazéns humanitários.
A agência informou que a prioridade é a proteção dos trabalhadores e instalações.
No fim de semana, foram levados alimentos, veículos e bens destinados às populações, mas ainda não se sabe por quem.
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Reagindo ao episódio, o secretário-geral mencionou que essas ações vêm ocorrendo em grande escala. António Guterres quer maior proteção e respeito aos funcionários e instalações humanitários, incluindo hospitais, civis e infraestrutura.
Publicando originalmente em ONU News