O exército sudânes executou uma série de ataques aéreos em Cartum, atingindo o Hospital do Nilo Oriental, relatou em comunicado as Forças de Suporte Rápido (FSR), grupo paramilitar que combate as tropas regulares desde abril.
Segundo as informações, dezenas foram mortos e feridos.
Um vídeo circulou no Twitter mostrando escombros no interior.
De acordo com residentes, bombardeios e tiros se intensificaram em Cartum na manhã desta terça-feira (16).
Em meados de abril, o Sindicato dos Médicos do Sudão já advertia para o colapso dos serviços de saúde no país. Na ocasião, alas dos hospitais-escola de Cartum e al-Shaab foram danificadas por ataques e então fechadas.
Apenas 16% dos hospitais na capital continuam a operar em capacidade máxima.
Em 20 de abril, o Comitê Central dos Médicos Sudaneses confirmou que 39 dos 59 hospitais na cidade e nos arredores já haviam deixado de funcionar.
Clínicas e ambulâncias foram atingidas; paramédicos tiveram de interromper o trabalho ou fugir. Há falta de eletricidade, água, comida e medicação.
Os combates entre as Forças Armadas do Sudão e as Forças de Suporte Rápido continuam há quatro semanas, apesar de breves cessar-fogos.
Na última quinta-feira (11), representantes dos lados em confronto assinaram uma declaração de princípios na cidade de Jeddah, na Arábia Saudita, em nome do eventual fim dos combates e da proteção aos civis. Não obstante, a luta continua.
Mais de 936 mil pessoas deixaram suas casas, com cerca de 736.200 deslocados internos e 200 mil refugiados nos países vizinhos. Sessenta mil pessoas fugiram ao Chade, onde se assentaram em campos superlotados.
Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), dezesseis milhões de pessoas dependem de socorro humanitário. Em 5 de maio, a mortalidade pelo conflito havia alcançado 700 vítimas.
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