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Atletas muçulmanos boicotam campanha contra homofobia no futebol francês

Fabian Ruiz do Paris Saint-Germain celebra gol durante partida contra o Ajaccio em Paris, 13 de maio de 2023 [Ibrahim Ezzat/Agência Anadolu]
Fabian Ruiz do Paris Saint-Germain celebra gol durante partida contra o Ajaccio em Paris, 13 de maio de 2023 [Ibrahim Ezzat/Agência Anadolu]

Cinco jogadores muçulmanos da primeira divisão do futebol francês se recusaram a disputar um jogo neste domingo (14) entre o Toulouse e o Nante, em protesto a uma campanha de combate à homofobia, sob pretextos religiosos.

Segundo o Daily Mail, todas as partidas da primeira e segunda divisão no fim de semana foram dedicadas à iniciativa. Jogadores de renome internacional, como Lionel Messi e Kylian Mbappé, vestiram as cores do arco-íris nas costas de seus uniformes.

Conforme o La Depeche du Midi, alguns atletas boicotaram a campanha. Os atletas do Toulouse foram identificados como o marroquino Zakaria Aboukhlal, o franco-malês Moussa Diarra, o franco-argelino Fares Chaibi e o bósnio-holandês Said Hamulic.

Do lado do Nantes, Mostafa Mohamed se recusou a jogar.

Logan Costa do Toulouse também não quis jogar, mas foi citado, junto com Chaibi, na escalação oficial da partida.

Mohamed, jogador da seleção nacional egípcia, comentou no Twitter: “Não quero discutir, mas tenho que expressar minha posição. Respeito todas as diferenças. Respeito todas as crenças e convicções. Este respeito se estende aos outros como inclui minhas crenças pessoais”.

“Dadas minhas raízes, minha cultura, a importância de minhas crenças e convicções, não posso participar desta campanha. Espero que minha decisão seja respeitada, assim como meu desejo de não discutir o assunto”, acrescentou.

Segundo o website L’Equipe, Mohamed permaneceu no hotel durante a partida, que terminou em um empate sem gols.

No Instagram, Aboukhlal, natural do Marrocos, confirmou a decisão de não participar do jogo. “Primeiro e mais importante, quero enfatizar que tenho máximo respeito a todos os indivíduos, não importa preferências pessoais, gênero, crença ou formação”, insistiu o atleta.

“O respeito é um valor que tenho em alta conta. Ele se estende aos outros, mas também inclui o respeito a minhas próprias crenças pessoais”, alegou. “Portanto, não acho que eu seja a pessoa mais adequada para participar dessa campanha”.

Em nota publicada no domingo, o Toulouse comentou: “Alguns jogadores da equipe profissional expressaram desacordo com a associação de sua imagem às cores do arco-íris, que representam o movimento LGBTQIA+”.

“Em respeito às escolhas individuais dos jogadores e após extenso diálogo, o Toulouse escolheu excluir esses atletas da partida”, concluiu a nota.

Não obstante, a ministra do Esporte da França, Amélie Oudéa-Castéra, condenou a recusa como “lamentável”. “É uma mensagem simples de não discriminação”, reiterou em entrevista à France 3, ao pedir que os clubes sancionassem os jogadores envolvidos.

O Nantes confirmou nesta segunda-feira (15) que Mohamed sofrerá uma multa, com valor a ser doado à associação SOS Homofobia.

O Toulouse, por sua vez, não puniu os atletas pelo boicote à campanha, mas tomou medidas contra Aboukhlal, acusado de misoginia contra a secretária municipal dos esportes, Laurence Arribagé, na véspera, durante solenidade do título de seu time na Copa da França.

A Jornada Internacional contra a Homofobia é uma campanha anual que ocorre há cinco anos. Na França, homofobia é crime.

LEIA: Premier League autoriza atletas muçulmanos a quebrar jejum durante partidas

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