A maior parte das denúncias de discursos supostamente antissemitas nas redes sociais, feitas por grupos sionistas, está relacionada a críticas ao Estado de Israel, reconheceu o Ministério de Assuntos da Diáspora do regime ocupante.
A rede Ynet News informou que cerca de 68% dos incidentes online são rotulados por apoiadores de Israel sob a categoria de “novo antissemitismo”.
Não obstante, tais denúncias seguem a controversa definição de antissemitismo da Aliança Internacional de Memória do Holocausto (IHRA), que associa críticas políticas a Israel e sua ideologia colonial com o racismo antijudaico.
Sete dos onze exemplos citados pela IHRA adotam essa abordagem.
Apesar de forte oposição, a IHRA foi posta no centro de um quadro regulatório por parte de políticos ocidentais. Críticos e analistas advertem para danos à liberdade de expressão, além de proteger Israel de eventual responsabilização por sua ocupação militar e seu regime de apartheid impostos na Palestina histórica.
Apesar de uma escalada global em casos de antissemitismo e outras formas de racismo, sobretudo por grupos de extrema-direita – muitos deles, aliados de Israel –, as denúncias se concentram em uma concepção enviesada, como corroborou o relatório do ministério em Tel Aviv.
Segundo o ministério, casos de antissemitismo aumentaram 22% em 2023, em comparação com os primeiros meses do ano passado, com um aumentou de 48% em episódios de violência. Para o ministério, no entanto, o chamado “novo antissemitismo” é a “demonização” de Israel.
“Apenas pressão extrema traz resultados e o novo antissemitismo é a deslegitimação de Israel”, insistiu o ministro de Assuntos da Diáspora, Amichai Chikli. “Trabalhamos com o Ministério das Relações Exteriores para levar nações ao redor do mundo a adotar a definição de antissemitismo delineada pela IHRA, realizar estudos e lançar campanhas para combater grupos anti-Israel.”
Questionado sobre o último ataque de Israel à Faixa de Gaza sitiada, sobretudo contra áreas civis, Chikli disse apenas que seu governo abriu um centro de “comando e controle” para fornecer informações à imprensa internacional.
Israel tem uma estrutura de propaganda bem financiada em vigor há décadas, conhecida como hasbara. A recente ofensiva militar impulsionou pesquisas online sobre o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu e outros nomes de seu governo.