Marcha da Bandeira em Israel atrai condenação internacional

Nesta quinta-feira (18), os Estados Unidos fizeram coro ao repúdio de diversos Estados árabes diante da chamada Marcha da Bandeira, manifestação colonial israelense notória por cantos e gritos racistas que cortou a Cidade Velha de Jerusalém ocupada rumo à Mesquita de Al-Aqsa.

Chefes de política externa dos Estados Unidos, Arábia Saudita, Jordânia, Egito, Emirados Árabes Unidos, Bahrein e Turquia emitiram notas para rechaçar a invasão ao complexo de Al-Aqsa, que contou com a presença de ministros e congressistas que entoaram o hino nacional israelense no santuário islâmico, em ato de flagrante provocação.

“Os Estados Unidos se opõem inequivocamente a qualquer forma de linguagem racista”, tuitou o porta-voz do Departamento de Estado em Washington, Matthew Miller. “Condenamos gritos deploráveis como ‘Morte aos árabes’, proferidos durante os atos de hoje em Jerusalém”.

Milhares de colonos invadiram os bairros palestinos aos gritos de “Morte aos árabes”, “Que sua aldeia queime” e “Maomé morreu”, para comemorar o que descrevem como a “unificação” de Jerusalém, em referência à tomada militar da cidade por Israel, em 1967.

Apesar da marcha frequentemente resultar em escalada de violência na região, como os 11 dias de ofensiva a Gaza, em maio de 2021, com foguetes palestinos disparados em resposta, grupos e autoridades sionistas estimularam quase cinco mil colonos a invadir novamente Al-Aqsa.

O Ministério de Relações Exteriores da Arábia Saudita criticou membros do governo israelense do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu que “invadiram Al-Aqsa sob escolta policial”.

A chancelaria destacou “o repúdio categórico do reino a tais violações e atos provocatórios”, ao enfatizar que “o reino permanece ao lado do povo palestino e apoia todos os esforços em favor de uma solução justa e abrangente à causa palestina”.

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O Ministério de Relações da Turquia acrescentou: “Condenamos veementemente esta invasão à Mesquita de Al-Aqsa por grupos judaicos fundamentalistas, sob escolta policial, e seus esforços para conduzir preces no perímetro, violando mais outra vez o status quo do Nobre Santuário”.

Ancara pediu ao governo israelense que aja para impedir tais “provocações”. “Esperamos que as medidas necessárias para preservar o status quo dos lugares santos sejam levadas a sério e sem demora”, reafirmou o comunicado.

É particularmente notável o repúdio manifesto de Bahrein e Emirados Árabes Unidos, governos que normalizaram laços com a ocupação em 2020, sob mediação de Washington.

Para os muçulmanos, Al-Aqsa é o terceiro lugar mais sagrado do planeta. Colonos extremistas, no entanto, promovem a derrubada da mesquita para dar lugar ao “Monte do Templo”, suposto local de dois templos judaicos da Antiguidade.

Israel ocupou Jerusalém Oriental, que abriga Al-Aqsa, em 1967, durante a Guerra dos Seis Dias. Em 1980, anexou toda a cidade – medida jamais reconhecida internacionalmente.

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