O governo da ocupação israelense realizou sua reunião de gabinete neste domingo (21) em um túnel debaixo da Mesquita de Al-Aqsa, com intuito de demonstrar a “soberania” de Israel sobre Jerusalém e seus lugares sagrados.
O túnel em questão fica situado sob o Muro de al-Buraq (ou Muro das Lamentações), no Nobre Santuário de Al-Aqsa.
Segundo o jornal israelense Maariv, durante o encontro, os ministros aprovaram um acréscimo orçamentário de US$17 milhões a projetos para judaização de Jerusalém – isto é, projetos cujo objetivo é apagar a identidade islâmica e cristã da cidade em favor da soberania judaica.
At its weekly meeting today, in the Western Wall Tunnels, the Cabinet approved Prime Minister Benjamin Netanyahu's proposal to increase by approx. NIS 60 million, the budgetary framework of the 5-year plan to upgrade infrastructure and encourage visits to the Western Wall plaza. pic.twitter.com/Qm9Rn6A5vw
— Prime Minister of Israel (@IsraeliPM) May 21, 2023
Um dos planos envolve escavar novos túneis sob Al-Aqsa, em detrimento de sua estrutura.
“Uma e outra vez, meus amigos e eu fomos forçados a rebater a pressão internacional daqueles que desejam dividir Jerusalém novamente”, declarou o premiê Benjamin Netanyahu, segundo a rede de notícias AFP. “Alguns dias atrás, Abu Mazen [Mahmoud Abbas] disse que o povo judeu não tem vínculos com Jerusalém e seus santuários. Digo a ele que realizamos nosso encontro de hoje no coração de Jerusalém e seus santuários”.
A Autoridade Palestina (AP) e os grupos de resistência condenaram o encontro sob o complexo de Al-Aqsa, o primeiro desde 2017.
“Trata-se de uma perigosa escalada da guerra religiosa travada por Israel contra a cidade santa de Jerusalém”, advertiu Hazem Qasem, porta-voz do Hamas.
Ahmed Ruwaidi, assessor do presidente da AP, Mahmoud Abbas, para questões de Jerusalém, reiterou que o governo extremista de Israel busca reforçar soberania sobre Jerusalém Oriental e introduzir uma falsa narrativa às custas da realidade histórica do país.
Ruwaidi observou ainda que o encontro promoveu projetos para deslocar à força comunidades nativas de Jerusalém, em particular nos bairros palestinos de Sheikh Jarrah e Silwan.
LEIA: Marcha da Bandeira em Israel atrai condenação internacional