O governo israelense do premiê Benjamin Netanyahu aprovou neste domingo (21) um plano de três anos para progredir com a “judaização” de Jerusalém ocupada, ao atrair jovens colonos do exterior, reportou a imprensa local.
Para tanto, foi deferido um orçamento de 95 milhões de shekels (US$26 milhões).
Segundo o jornal Israel Hayom, o plano foi ratificado durante uma reunião do gabinete realizada em um túnel debaixo do Muro de Al-Buraq (Muro das Lamentações), no complexo de Al-Aqsa, como parte da celebração israelense do chamado “Dia de Jerusalém”, que marca a ocupação da cidade em 1967.
O plano foi desenvolvido em parceria com a prefeitura israelense de Jerusalém, com apoio da Agência Judaica.
A ideia é encorajar jovens judeus, entre 18 e 35 anos, a migrar e se assentar em Jerusalém, com intuito de superar o número de palestinos nativos radicados na cidade. A ocupação israelense descreve tais esforços como “guerra demográfica” pelo território.
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O orçamento destinado aos Ministérios da Imigração, Educação, Cultura e Esportes servirá para promover feiras no exterior e centros de acomodação a novos colonos na cidade ocupada, além de programas de emprego.
O Ministério da Imigração e a prefeitura israelense de Jerusalém ajudarão os novos imigrantes a se assentarem na cidade, além de matriculá-los em cursos vocacionais.
“Estamos falando de um plano excelente para atrair jovens, acadêmicos e famílias à Jerusalém”, declarou a ministra da Imigração Pnina Tamano-Shata. “Este plano contribuirá para empoderar nossa cidade em diversos campos, incluindo economia e demografia”.
O prefeito, Moshe Leon, comentou: “Somos a cidade que mais absorve imigrantes [judeus] em Israel [sic]. Os jovens olim [imigrantes] são integrados à comunidade e colaboram em diversos setores”. Leon prometeu investir mais na questão nos próximos anos.
Conforme dados recentes do Escritório Central de Estatísticas de Israel, mais de 18 mil colonos foram assentados em Jerusalém ocupada desde 2018 – mais da metade entre 18 e 35 anos. Os dados também mostram que cerca de 30% deixaram a cidade dentro de cinco anos.
Todos os colonos em terras ocupadas são ilegais conforme o direito internacional.
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