O Ministro de Relações Exteriores de Israel, Eli Cohen, insistiu na última semana que normalizar laços com a Arábia Saudita é “questão de tempo”, segundo reportagem do jornal The Jerusalem Post. O premiê Benjamin Netanyahu insiste, por sua vez, que instaurar laços com a monarquia é uma prioridade de seu governo.
“Não é questão de se, mas quando”, repetiu o ministro. “Israel e Arábia Saudita têm os mesmos interesses”.
Segundo Cohen, ambos consideram o Irã como uma ameaça existencial, de modo que a recente reconciliação entre a república islâmica e Riad seria apenas “fachada”.
“A Arábia Saudita faria qualquer coisa para impedir o Irã de obter uma arma nuclear”, afirmou o chanceler. “O acordo foi a maneira que os sauditas encontraram de enviar uma mensagem aos Estados Unidos para que se envolvam mais”.
Conforme o relato, oficiais do governo de Joe Biden e senadores americanos conversaram com Mohammed bin Salman, príncipe herdeiro e governante saudita, sobre um “acordo de paz” com Israel. Para Cohen, o reino quer apenas uma abordagem mais positiva de Washington e já colhe resultados.
Em março, a rede de notícias CNN reportou que a Arábia Saudita pediu à Casa Branca garantias de segurança e ajuda com seu próprio programa nuclear, supostamente civil, como condições para normalizar laços com o Estado ocupante.
A reportagem, no entanto, reconheceu que tais medidas enfrentariam oposição no Congresso, à medida que deputados, sobretudo democratas, reivindicam de Biden um corte substancial nos pacotes militares enviados à monarquia, devido a graves violações de direitos humanos.
Não obstante, conforme a CNN, tanto Biden quanto Netanyahu dão importância estratégica e mantêm expectativas sobre a normalização de laços entre Riad e Tel Aviv.
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