Othman Majali, membro do Conselho Presidencial do Iêmen, acusou o grupo houthi de realizar “movimentações agressivas como preparativo para lançar ataques dentro e fora do país”.
Sua declaração ocorreu nesta terça-feira (23) em Riad, na Arábia Saudita, durante um encontro com Steven Fagin, embaixador americano ao Iêmen. Ambos debateram resoluções ao conflito, segundo a agência oficial iemenita Saba.
Comentou Majali: “Informações indicam movimentações das milícias houthis como prelúdio a operações de guerra, em detrimento dos prospectos de paz”.
“Os houthis trabalham para transferir armas entre os fronts, recrutar crianças, acelerar o passo na escavação de trincheiras e instalar postos militares para o disparo de mísseis, tanto interna quanto externamente, incluindo contra vias de navegação marítima”, acrescentou.
“Tais atos e movimentações carregam uma natureza hostil em um momento no qual o enviado especial das Nações Unidas [Hans Grundberg], o emissário americano [Timothy Lenderking] e a comunidade internacional conduzem esforços incansáveis para estabelecer a paz”.
O lado houthi não comentou as acusações até então.
De sua parte, o embaixador dos Estados Unidos ao Iêmen reforçou o compromisso de seu país nas negociações de paz no Iêmen. Esperanças de uma solução ao conflito voltaram à tona com a normalização de laços entre Irã e Arábia Saudita, após um hiato de sete anos.
O Iêmen é assolado pela guerra desde 2014, quando rebeldes houthis tomaram grande parte do país, incluindo a capital Sanaa. O conflito escalou no ano seguinte com a intervenção da Arábia Saudita em favor do governo aliado.
A situação no Iêmen é considerada uma das piores crises humanitárias do mundo e uma guerra por procuração entre Riad e Teerã.
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