A China reivindicou de Israel que “pare de avançar indevidamente” sobre recursos e territórios palestinos, à medida que a ocupação continua a aprovar obras para expandir seus assentamentos ilegais.
Nesta quinta-feira (25), Geng Shuang, representante adjunto de Pequim na Organização das Nações Unidas (ONU), advertiu ao Conselho de Segurança: “Desde o início do ano, Israel mantém ações unilaterais ao aprovar o retorno [de colonos], a construção de novos assentamentos e legalização de postos coloniais”.
Ao enfatizar que tais avanços violam o direito internacional e a Resolução 2334 do Conselho de Segurança, Shuang expressou as demandas de seu governo para que Israel “suspenda imediatamente tais ações e pare de avançar indevidamente sobre as terras e os recursos do povo palestino”.
Ao criticar o ministro de Segurança Nacional de Israel, Itamar Ben-Gvir, por alimentar tensões ao invadir duas vezes o complexo de Al-Aqsa neste ano, reiterou o diplomata: “O status quo histórico dos lugares santos de Jerusalém deve ser respeitado e preservado”.
“Sobre a questão dos santuários, Israel deve conter suas provocações, garantir o direito de culto aos muçulmanos, conservar a paz e a tranquilidade e respeitar a custódia da Jordânia”.
Shuang destacou que a reincidência de tensões e confrontos entre a ocupação israelense e a resistência palestina “demonstram que o processo de paz, há muito paralisado, não é sustentável, que a atual gestão de crises não dura e que uma solução justa e abrangente é imprescindível”.
Shuang mencionou o papel emergente da China sobre a matéria, junto de outros países da região, e sugeriu a possibilidade de trespassar Washington como força hegemônica nos processo de mediação de paz.
Em referência aos Estados Unidos, afirmou: “O país com mais influência sobre as partes deveria realizar esforços materiais para avançar no processo de paz do Oriente Médio e se abster de impedir, sem qualquer justificativa, que o Conselho de Segurança alcance um consenso mínimo sobre a questão israelo-palestina”.
O discurso de Shuang coincide com iminentes atos de expansão colonial por parte de Israel. Nesta semana, o governo israelense aprovou o orçamento público para o ano fiscal de 2023-2024, alocando US$940 milhões em projetos coloniais.
Há hoje cerca de 700 mil colonos ilegais radicados em 164 assentamentos e 116 postos avançados em Jerusalém Oriental e na Cisjordânia ocupada.
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