A Argélia busca ampliar a cooperação com Itália e Portugal para conter a influência da Espanha no Norte da África, afirmaram especialistas, após visita recente do presidente argelino Abdelmadjid Tebboune a Lisboa, logo após sua viagem a Paris ser adiada.
Segundo o jornal argelino Echorouk, Tebboune abordou Portugal como forma de isolar Marrocos e Espanha.
A visita do presidente argelino sucedeu em uma semana a turnê do premiê marroquino, Aziz Akhannouch, na capital portuguesa.
Portugal, por sua vez, quer se beneficiar de ambos os países nos campos político e econômico, mas prefere não se envolver na disputa territorial sobre o Saara Ocidental, ao defender o processo das Nações Unidas e assinar acordos amistosos de ambos os lados.
Há uma quinzena, o governo português assinou uma série de acordos econômicos com Rabat, durante a 14ª cúpula realizada entre os países, após anos de hiato. Nesta semana, firmou acordos de igual importância com Argel, em meio à visita de Tebboune.
Há cerca de três anos, a Argélia tenta se aproximar da Itália, em meio a uma consistente crise com a França – devido ao passado colonial entre as partes – e com a Espanha – devido às declarações de apoio do primeiro-ministro espanhol Pedro Sanchéz à autonomia marroquina sobre o Saara Ocidental.
O Saara Ocidental é um território disputado na área de fronteira entre os países norte-africanos. A coroa marroquina reivindica a região para si; separatistas sarauís, contudo, buscam estabelecer um Estado próprio. A Argélia apoia a segunda iniciativa.
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