Associações tunisianas e organizações de direitos humanos emitiram uma nota conjunta nesta segunda-feira (29) para reivindicar do governo do presidente Kais Saied que proteja os imigrantes e abdique de práticas e discursos discriminatórios.
Com 26 assinaturas, o comunicado serve de resposta a um ataque de jovens tunisianos radicalizados contra um albergue destinado a refugiados subsaarianos na cidade de Sfax, na última semana. O incidente resultou em um morto e quatro feridos.
Os signatários instaram o governo a “assumir suas responsabilidades em proteger os imigrantes, independente de seu status administrativo, ao garantir seu bem estar físico e psicológico”.
A nota pediu também “o fim de todas as formas de discriminação e restrições contra imigrantes, destinadas a frustrar ou impedir o reconhecimento, usufruto e exercício de seus direitos”.
Presidente da Tunísia acusa refugiados africanos de alterar a demografia do país [Sabaaneh/MEMO]
Um centro de hospedagem foi atacado entre a noite de 22 de maio e a manhã do dia 23, culminando em uma letalidade.
As organizações atribuíram o caso a um contexto de incitação, discurso de ódio e racismo contra refugiados da África Subsaariana, deflagrado por um discurso de Saied de 21 de fevereiro, no qual o presidente alegou que sua presença tem como intuito alterar a demografia do país.
O alerta reivindicou estratégias e políticas públicas para prevenir e combater todas as formas de racismo, além de responder adequadamente a casos de violência e discriminação.
As autoridades não responderam às reivindicações até então.