As Forças Armadas do Sudão deixaram as negociações de cessar-fogo junto ao grupo paramilitar conhecido como Forças de Suporte Rápido (FSR), mediadas pela Arábia Saudita, segundo informações da agência de notícias Anadolu.
Os relatos foram difundidos na imprensa sudanesa, incluindo o jornal Al Jareeda e o portal de notícias Alrakoba. Não há confirmação ou comentários do exército regular até então.
Na noite de terça-feira (30), novos confrontos tomaram a capital Cartum e a cidade de El-Obeid, capital do estado de Cordofão do Norte.
Um cessar-fogo de sete dias, mediado por Arábia Saudita e Estados Unidos, expirou na segunda (29). Apesar de um aparente acordo para estender o armistício por cinco dias, confrontos entre as partes persistiram no país.
Ao menos 863 civis foram mortos e milhares ficaram feridos desde 15 de abril, quando eclodiram os conflitos, segundo fontes médicas locais.
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A Organização Internacional para Migração (OIM) estima que mais de um milhão de pessoas fugiram de suas casas e se tornaram deslocados internos.
Nos últimos meses, um impasse tomou conta do Sudão sobre a integração do contingente paramilitar ao exército regular, condição chave do acordo de transição à democracia.
O Sudão não tem um governo funcional desde outubro de 2021, quando o exército destituiu o governo transicional do primeiro-ministro Abdalla Hamdok, ao promulgar “estado de emergência”. A medida foi amplamente descrita como golpe militar.
O período transicional do Sudão, que começou em agosto de 2019, após a deposição do longevo ditador Omar al-Bashir, deveria culminar em eleições no início de 2024.