O Ministério de Relações Exteriores da Líbia condenou um ataque contra sua embaixada em Cartum, capital do Sudão, nesta terça-feira (30). Escritórios foram invadidos e saqueados.
Segundo a chancelaria, o ataque constitui uma violação da Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas, além de transgressão flagrante a todas as normas que regem operações de diplomacia entre os países.
Ao expressar “profundo pesar e desgosto sobre tais ações”, o ministério reivindicou das partes em conflito que renunciem à violência, protejam missões diplomáticas e “solucionem problemas e divergências pelas vias pacíficas”.
Na quinta-feira (25), o ministério condenou um ataque contra o escritório do adido militar da Líbia no Sudão, ao descrever o incidente como “ato criminoso” e demandar justiça.
Dias antes, um grupo armado invadiu a embaixada do Catar. Nas semanas anteriores, as missões da Jordânia, Arábia Saudita e Turquia também foram atacadas.
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O ataque ao escritório catari ocorreu no primeiro dia da suposta trégua acordada durante a cúpula da Liga Árabe, na Arábia Saudita.
Em 13 de maio, um grupo de cidadãos líbios foi evacuado do Sudão, confirmou a embaixada em Cartum. Um primeiro grupo de 105 pessoas foi levado a Jeddah em 24 de abril, por uma embarcação saudita, para então ser repatriado à Líbia por uma companhia aérea.
Apesar do suposto cessar-fogo ser oficialmente estendido por cinco dias, a partir desta terça, combates persistiram entre as Forças Armadas, comandadas pelo general Abdel Fattah al-Burhan, e o grupo paramilitar conhecido como Forças de Suporte Rápido (FSR), do general Mohamed Hamdan Dagalo.
O conflito incorreu até então em mais de 1.800 mortos e forçou 1.4 milhão de pessoas a deixar suas casas. Mais de 350 mil refugiados fugiram aos países vizinhos.
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