Apoiadores do Partido dos Trabalhadores Curdos (PKK) mantêm atividades na Suécia, apesar da imposição de uma nova lei “antiterrorismo” para contê-los, conforme demanda da Turquia, onde o movimento nacional pela criação de um Estado do Curdistão é criminalizado.
A lei entrou em vigor nesta quinta-feira (1°).
Segundo um correspondente da agência de notícias Anadolu, o grupo autodenominado Comitê de Rojava, radicado na Suécia, que apoia a resistência armada na Síria contra o regime do presidente Bashar al-Assad, deve realizar neste domingo (3) um ato em apoio ao PKK.
Em entrevista à televisão, o Ministro de Relações Exteriores, Tobias Billstrom, acusou os ativistas de “tentar obstruir a adesão sueca à OTAN [Organização do Tratado do Atlântico Norte], de modo que, embora a manifestação seja legal, não é propriamente adequada”.
Em tom mais assertivo, destacou o premiê Ulf Kristersson: “Que um grupo tão pequeno faça tudo em seu poder para impedir a Suécia de aderir à OTAN é algo inaceitável”.
O comitê lançou uma campanha de financiamento coletivo em apoio às forças curdas no norte da Síria há cerca de um mês, com prazo limite para a meia-noite de quinta, logo antes da nova legislação entrar em vigor.
A Síria permanece em guerra civil desde 2011, quando Assad reprimiu com violência protestos por democracia. A Turquia intervém militarmente na região de fronteira, sobretudo para reprimir a ascendente influência curda dentre os grupos oposicionistas.
A “lei de antiterrorismo” é uma das principais demandas de Ancara para ratificar a entrada do Estado nórdico na OTAN. A Turquia, como membro da coalizão armada – agora com 31 países, após a recente inclusão da Finlândia –, tem poder de veto.
Estocolmo e Helsinque romperam décadas de neutralidade militar ao solicitar filiação à aliança, pouco após ser deflagrada a guerra russa contra a Ucrânia. A Finlândia concluiu sua adesão em 4 de abril de 2023.
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