Poeta egípcio Galal el-Behairy, encarcerado no Egito; um painel de seis relatores do Conselho de Direitos Humanos em Genebra declarou “alarde sobre sua prisão e maus tratos … pelo mero exercício de sua liberdade de expressão e criação artística”
O poeta egípcio Galal el-Behairy deu início a uma greve de fome completa, sem sequer beber água, em protesto a seu encarceramento arbitrário por mais de cinco anos, reportou a Comissão por Direitos e Liberdades do Egito (ECRF) nesta quinta-feira (1°).
“El-Behairy embarcou em uma greve de fome completa em seu confinamento, a partir de hoje”, declarou a organização. Segundo a nota, a medida é “parte de suas ações intensivas para reivindicar sua soltura após cinco anos de prisão”.
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Segundo a ong, el-Behairy justificou em carta ter aderido ao protesto devido “a suas péssimas condições de custódia, proibição de papéis e canetas na cela, iluminação incisiva 24 horas por dia e tempo de visitação bastante restrito, reduzido a apenas 20 minutos”.
“Continuarei com a greve até reaver minha liberdade, vivo ou morto”, declarou o poeta.
Autoridades detiveram el-Behairy no aeroporto do Cairo em 2018, sob acusações de insultar o presidente e general Abdel Fattah el-Sisi. Em julho do mesmo ano, uma corte militar o condenou a três anos de prisão e trabalho forçado por seus poemas, designados ofensivos.
El-Behairy concluiu sua pena em 2021, mas permaneceu em custódia sob novas alegações de “juntar-se a um grupo terrorista e difundir notícias falsas”. O processo em curso continua aberto, de maneira que o poeta segue em custódia sem sequer julgamento.
El-Behairy começou uma greve de fome em 5 de março. Em maio, disse à ong PEN International que deixaria de beber água a partir de 1° de junho.
Grupos de direitos humanos estimam que o Egito apreendeu cerca de 60 mil presos políticos desde 2014, quando Sisi conduziu um golpe militar para destituir o presidente democraticamente eleito Mohamed Morsi e suprimir moda sociedade civil.
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