Várias organizações canadenses entraram com um processo legal ao governo do Canadá para impedir que o ex-primeiro-ministro israelense, Naftali Bennett, entre no país.
O pedido, conhecido pelo termo técnico “mandamus”, foi apresentado por Khaled Mouammar, ex-presidente nacional da Federação Árabe Canadense, na sexta-feira na Justiça Federal e exige que um juiz obrigue o ministro da Segurança Pública, Marco Mendicino, a decidir sobre a admissibilidade de Bennett.
Isso ocorre depois que Bennett foi convidado para o evento anual dos “Amigos do Centro Judaico Simon Wiesenthal” no Canadá, que será realizado em Toronto no próximo mês, onde ele deve ser o orador principal, informou o The Jurist.
Segundo os representantes das entidades, o Canadá deve impedir a entrada de Bennett por conta da Lei de Imigração e Proteção aos Refugiados. A denúncia afirma: “O governo federal tem as obrigações legais nacionais e internacionais de excluir os perpetradores de atrocidades”.
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Além disso, a denúncia explica que Bennett esteve “profundamente envolvido no desenvolvimento de assentamentos israelenses ilegais na Cisjordânia Palestina”.
Ele cita um relatório da ONG israelense, Peace Now, que revela o papel de Bennett em aumentar o desenvolvimento de “assentamentos em terras palestinas” e que seu governo apoiou o despejo de palestinos do leste de Jerusalém.
O documento argumenta que a expansão contínua dos assentamentos israelenses em território ocupado desde 1967 constitui um crime de guerra “pela política canadense e pelas Nações Unidas”.
Nicholas Pope, um advogado da firma de Ottawa, Hameed Law, que também está tentando banir o ex-primeiro-ministro israelense do país, disse: “A lei diz que há um dever legal de tomar uma decisão aqui e vamos ao tribunal para pedir-lhes que digam ao governo para cumprir seu dever legal”.
Enquanto isso, Michael Levitt, CEO do “Friends of Simon Wiesenthal Center”, afirma que as tentativas de bloquear a entrada de Bennett no Canadá são “uma campanha de difamação infundada” para “vilificar e deslegitimar o estado de Israel e intimidar os judeus canadenses”.
Levitt disse que sua organização estava “orgulhosa” de receber um ex-primeiro-ministro israelense que “formou o governo mais diversificado da história do país, incluindo um partido árabe”.
Bennett foi primeiro-ministro em um governo de coalizão por pouco mais de um ano, entre 2021 e 2022.
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